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Candidatos no JBr

Último debate pode ter sido a última fronteira para o Buriti

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Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque

Os debates recorrentes entre os candidatos ao Governo do Distrito Federal, atingiu seu ápice agora, quando mais uma vez nove candidatos entraram em cena para tentar vender seus peixes. Nos derradeiros dez dias para o fim da campanha eleitoral, nessa edição menor que em anos anteriores, chamam a atenção os candidatos outsiders.

Decantando o resultado do contestado Ibope, os novos nomes surpreendem pela soma dos votos conquistados até aqui. Excluindo os nomes que são políticos tradicionais e aqueles investigados, presos, condenados, ou cujos vices estão na mesma condição, selecionamos, como na divisão matemática, o resto.

As categorias são: 1 – outsiders ligados a grupos de políticos condenados; 2 – outsiders sem experiência em função executiva pública; 3 – outsiders com experiência em função executiva pública.

Ao excluir da avaliação Alberto Fraga, Rogério Rosso, Rodrigo Rollemberg e Eliana Pedrosa, pelo enquadramento no perfil do primeiro bloco de políticos tradicionais, o resto é composto por Ibaneis Rocha, General Paulo Chagas, Júlio Miragaya, Alexandre Guerra, Fátima Sousa e Renan Rosa. Calouros na política.

Então o enquadramento passa a ser: Categoria 1 – outsiders ligados a grupos de políticos condenados: Ibaneis (candidato pelo MDB indicado por Filippelli, alvo de operações da Polícia Federal e submetido a prisão); Miragaya (representante do PT e de Agnelo Queiroz, igualmente preso pela construção do Estádio Mané Garrincha e outras investigações. Seu chefe, Lula, está preso); Alberto Fraga (preside o DEM, mas sua base é o PR de Arruda. Arruda e Fraga estão condenados). Categoria 2 – outsiders sem experiência em função executiva pública: Alexandre Guerra (Novo) e Renan Rosa (PCO). Categoria 3 – outsiders com experiência em função executiva pública: Fátima Sousa (PSol) e General Paulo Chagas (PRP).

Pelo mesmo Ibope, os nomes enquadrados nas três categorias somam 22 pontos percentuais. Não é pouca coisa. Segundo o TSE, no Distrito Federal estão habilitadas 2.084.357 pessoas a votar, portanto, somando os outsiders e os brancos, nulos e indecisos, chegamos a um total de 896 mil eleitores (43%) que não querem saber de Fraga, Rosso, Rollemberg ou Eliana.

Qual o interesse nessa conta aparentemente complicada? É revelar aos mais informados que apenas dois nomes podem ser chancelados como ficha-limpa com experiência em função executiva pública, cuja biografia é imaculada, sem ter as vísceras contaminadas com delinquentes. São eles General Paulo Chagas e Fátima Sousa.

Se o Brasil fosse descoberto hoje, já gozando de uma democracia plena e segura, com valores reais verificados, sobrariam apenas esses dois nomes e os demais estariam recolhidos aos gabinetes de seus advogados (provavelmente o Ibaneis) para tentar salvar suas liberdades por outro caminho, que não o foro privilegiado.

Para quem gosta de eleição com emoção, esta será uma das melhores dos últimos tempos. A incredibilidade das pesquisas contratadas pelos grandes grupos de comunicação, comprometidos com as administrações anteriores, atrapalha de verdade, mas poderá não vencer o desafio.

No Distrito Federal, pela divisão matemática, o resto recai sobre o General Paulo Chagas, pelo volume alcançado na mesma pesquisa, empatado tecnicamente com Rosso. Além disso, é o único representante de Bolsonaro no Distrito Federal, segundo o próprio Bolsonaro e sua família.

O desafio será dizer para a população: “Ganhe o dinheirinho dos ricos, mas vote secretamente em mim, esse é um direito seu.”

Um argumento que assusta a todos os outros enquadrados nas categorias comprometidas. E o resto tem apenas dez dias para virar o jogo.

O último debate do General Paulo Chagas, promovido pelo Jornal de Brasília nesta quarta-feira, 26, pode ter estabelecido a fronteira entre dois mundos. Dos apenados e dos afortunados. Ou.

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