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Silenciando a notícia

Relatório da Unesco aponta mortes de 86 jornalistas

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

O assassinato do saudita Jamal Khashoggi, “estrangulado” e “esquartejado” no consulado de seu país na Turquia foi lembrado nesta sexta-feira (2), “Dia Internacional pelo fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas”, criado pela Unesco em homenagem aos repórteres da RFI, Ghislaine Dupont e Claude Vernon, mortos no Mali em 2013.

Nos últimos anos, diversos casos bárbaros de execução de jornalistas foram registrados. Entre as vítimas, além de Claude e Ghislaine, estão o repórter Mohamed al-Absi, envenenado no Iêmen, os mexicanos Miroslava Breach e Javier Valdez, mortos em 2017 a tiros no México, e Ján Kuciak e sua noiva, na Eslováquia.

Entre 1º de janeiro e o final de outubro de 2018, a Unesco contabilizou o assassinato de 86 jornalistas, segundo um relatório publicado nesta quinta-feira (1)

Desde 2006, a Unesco condenou os assassinatos de 1.010 jornalistas e profissionais dos meios de comunicação. Mas nove em cada 10 casos nunca foram julgados. A agência da ONU decretou o dia 2 de novembro como o “Dia Internacional para Acabar com a Impunidade dos Crimes contra Jornalistas”, em homenagem a Ghislaine Dupont e Claude Verlon.

Os enviados especiais às vezes morrem em zonas de guerra, mas os jornalistas locais que investigam corrupção, crime e política são as maiores vítimas. Eles representam 90% dos repórteres assassinados, segundo a Unesco. As mulheres na profissão também são um alvo particular, vítimas de assédio sexual e abuso pela Internet.

A Unesco também lançou uma campanha nesse sentido, chamada #TruthNeverDies (“A verdade nunca morre”), para incentivar a publicar artigos escritos em homenagem a jornalistas mortos no exercício de sua profissão. De acordo com a organização Repórteres sem Fronteiras, a Síria é o país mais letal do mundo para os jornalistas, seguido pelo México, o país em paz mais perigoso.

“A luta contra impunidade faz parte da liberdade de expressão, da liberdade de imprensa e do acesso à informação. Atacar um jornalista é o mesmo que atacar toda a sociedade”, disse a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay.

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