Roberto Amaral, irritado, reage a Noblat, do ‘pasquim eletrônico’
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emEscrever por escrever, pode provocar dores de cabeça. Foi isso que aconteceu, segundo entendimento de Roberto Amaral, presidente do PSB, com o jornalista Ricardo Noblat, que assina blog com seu nome n’O Globo. Em nota à Imprensa, o dirigente socialista diz ter sido agredido “pelo pasquim eletrônico assinado pelo ex-jornalista Ricardo Noblat”.
Veja trechos da nota:
A direita alugada não compreende minha integridade. Irrita-lhe minha coerência política e meu papel como Presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), de cuja refundação fui responsável em 1985. Fui vítima de ataque, que me apontou como artífice de suposta conspiração contra Marina Silva. Noblat pretendeu, em sua manifestação, tornar verídica sua infundada tese, valendo-se de frase que atribuiu a Eduardo Campos, hoje morto. Mortos não se defendem, tampouco atacam.
Logo que a tragédia da morte de Eduardo Campos se abateu sobre o meu País e meu partido, nessa ordem, começou o assédio para que o PSB anunciasse sua escolha óbvia para a recomposição da chapa presidencial. A primeira cobrança foi feita ainda no aeroporto de Congonhas quando me deslocava para saber do nosso líder. O mau jornalismo já estava açodado na noite daquela quarta-feira fatídica. E não mais parou.
O partido e eu pessoalmente tomamos e mantivemos a decisão ética – incompreensível aos que carecem dessa matéria prima – de que só cuidaríamos de novos caminhos quando tivéssemos enterrado nosso amigo. Vivíamos um luto e pedíamos respeito. Distribui nota com esses esclarecimentos, bem como dei fartas explicações aos que nos procuravam por definições. Além da política, existem a vida e a morte, além da fofoca, o respeito humano pelos que se foram e pelos que choravam.
Os idiotas de plantão desconheciam que eu havia conversado com Marina Silva sobre esse procedimento, com meus colegas de Executiva Nacional e com a família de Eduardo Campos. Sepultado o líder, não cessam as dores. Mas os entendimentos foram abertos, começando por conversar com Renata Campos e, em seguida, com Marina. Amanhã será a vez dos partidos que integram nossa coligação.
Nesse meio tempo, ouvi os companheiros dirigentes e nossos principais quadros. Não cabe a um presidente socialista ter candidato, mas conduzir o partido ao encontro da melhor solução e esta é aquela que mais nos une e nos faz vencer o transe e a campanha. Cabe-me construir, ouvindo. Buscar a melhor alternativa partidária para a cabeça de chapa e seu vice. É o que estou fazendo.
Cabe-me levar o resultado aos partidos coligados e submeter nossa proposta. Tal decisão não é ato de exclusiva vontade do PSB. Muito menos pertence à imprensa, como alguns parecem acreditar. E o PSB decide e só decide através de suas instâncias partidárias e meu dever é preservar essas instâncias e suas autonomias e exigir que elas sejam respeitadas.
Sempre procurei fazer a grande política, deixando a política miúda, da troca de favores, afagos e comissões para o baixo-clero. E não faço de adversários eventuais inimigos de carreira. Tanto eu quando Eduardo sempre preservamos a amizade de Lula, de cujo governo fomos ministros dedicados. Isso jamais impediu um legítimo projeto político do PSB e inclusive disputar com ele as eleições de 2002.
A Executiva Nacional, reafirmo, reúne-se amanhã, dia 20, na sede do PSB em Brasília, para opinar e votar na plenitude de sua independência e segundo suas consciências, atentos ao destino do nosso Brasil. Nosso dever é com o destino do Brasil e os valores socialistas, os mesmos que pautaram a vida de João Mangabeira, Hermes Lima, Antônio Houaiss, Jamil Haddad, Miguel Arraes e Eduardo Campos. Valores que levaram Eduardo ao projeto da candidatura presidencial. Ele morreu lutando por isso. Por isso não desistiremos do Brasil.