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Choque de aliados

Crise política e guerra de egos agitam o Brasil

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Autor/Imagem:
João Moura

No governo bolsonarista, além de crises políticas, o que não falta é guerra de egos. No Brasil Bolsonarista o tempo fechou entre dois dos principais líderes “bala de prata” e com grande influência nas redes sociais. O filósofo Olavo de Carvalho e o pastor Silas Malafaia estão em conflitos de idiossincrasia – responsável pela criação de estereótipos no caso dos grupos sociais do presidente.

Tudo começou quando o evangélico Malafaia criticou uma declaração do filho do presidente – novamente ele, Eduardo Bolsonaro – sobre Olavo ter sido o maior responsável pela vitória do pai nas eleições 2018. Para o pastor, foram os evangélicos – e ele, Silas – os responsáveis pela eleição.

“Perde a oportunidade de ficar de boca fechada. É simplesmente ridículo. Aprenda a respeitar aliados e deixe de bajular guru”, escreveu o pastor nas redes sociais.

Olavo – que não gostou do pito pastoral no seu pupilo – mandou uma mensagem no Facebook direcionada a Silas, dizendo que as igrejas evangélicas demoraram para começar a atuar na luta contra o petismo. “Pelo menos até 2009 ainda se davam muito bem com o partido governante”, escreveu Olavo, sobre os evangélicos, numa referência do PT. “Nesse ano Lula em pessoa oficializou em lei a Marcha Para Jesus. Será que o senhor já esqueceu?”

Malafaia reagiu com uma sequência de tweets atacando o filósofo. Nesta altura, a discussão ganha um detalhe: Olavo chama o pastor de “bispo”. Malafaia chama o filósofo de “astrólogo”.

Malafaia buscando “desmentir” o filósofo, disse que votou em Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998, reconheceu apoio a Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, mas sublinhou que não se posicionou a favor de petistas.

Para o pastor, “ficar dando peruada escondido nos EUA, é mole!”. Olavo vive nos EUA e só manda “recados” desde o período da campanha presidencial. E agora tem forte influência em alguns ministérios e no Clã Bolsonaro.

Depois de dizer que “a influência de Olavo na eleição de Bolsonaro é quase zero”, o pastor Malafaia cobrou o posicionamento do filósofo acerca de algumas questões e voltou a fazer ataques: “Como tem gente enganada no mundo com esse sujeito”.

Já o filósofo tem criticado abertamente apoiadores de Bolsonaro. Bem antes dos comentários do pastor Malafaia, Olavo sugeriu a discussão acerca de um “medidor de bolsonarismo” para identificar quem realmente está comprometido com o governo e separar as ovelhas dos bodes, escreveu Olavo, lembrando que o grande objetivo da vida do presidente e do seu governo é eliminar e ideologia esquerdista. E, segundo Olavo, os pretensos aliados de Bolsonaro têm que ter a mesma prioridade, e objetivos, da meta presidencial.

O povo brasileiro já sabe como é o “temperamento particular” desses dois ícones que povoam o imaginário popular em frentes bem distintas no manuseio e direcionamento das massas que ambos conduzem no universo online.

A comédia observada nas redes sociais de ambos é muito baseada em idiossincrasias, porque os detalhes de conduta de determinados indivíduos podem ser bastante engraçados – e, no caso da política, são hilários para além do Planalto Central. No Rio de Janeiro, por exemplo, tem deputado que toma posse na cadeia.

Vivemos numa hipersensibilidade constitucional congênita que certos indivíduos, quando expostos a determinadas substâncias do meio político, se apresentam, reagem, percebem e experimentam uma situação comum a todos eles: a corrupção.

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