Curta nossa página


Fim de Espelho da Vida

Já não se faz novela no Brasil como antigamente

Publicado

Autor/Imagem:
Eliana Silva de Souza

Os novos tempos estão mostrando que as novelas já não fazem o sucesso de antigamente. Não importa o enredo, o público parece estar mesmo dirigindo seu interesse para outros lados, internet, streaming, mas isso é questão de longo debate, que já toma conta de nossas cabeças. No ar desde o fim de ano passado no horário das 18h, a novela Espelho da Vida, da mineira Elizabeth Jhin, também passou por dificuldades para atingir uma boa audiência, mas na reta final conseguiu atiçar a curiosidade do telespectador que dá adeus à trama nesta segunda, 1.º. Na terça, 2, estreia a nova trama das 6 da Globo, Órfãos da Terra, de Duca Rachid e Thelma Guedes.

Com história inspirada no espiritismo e passada em dois tempos distintos, o atual e o outro nos anos 1930, a novela exigiu que seu time de atores se desdobrasse, tendo de interpretar dois personagens diferentes. A autora, de 70 anos, colocou na tela a história de Cris (Vitória Strada), que toma contato com vidas passadas ao adentrar um portal, e passa a viver sua outra vida, a de Julia Castelo. Daí, a garota fará de tudo para descobrir o que aconteceu com Julia e quem a matou.

Responsável pela direção artística e em sua quarta parceria com a dramaturga, Pedro Vasconcelos afirma que foi um trabalho muito importante de ser feito, principalmente por “saber que o texto da Beth (Elizabeth Jhin) vem carregado de mensagens muito importantes, humanitárias, de compaixão, coisas que podem ser importantes para as pessoas”.

Ele avalia o trabalho realizado como tendo sido especial para todos os envolvidos. “A gente conseguiu realizar o que era o nosso maior objetivo, que era o de deixar o texto e os atores em primeiro plano, ressaltando as qualidades e fazendo a novela pela ótica dos personagens, o que foi muito legal, pois deu uma leveza, já que a trama é muito pesada”, diz Pedro, que conta terem sido ao todo 90 personagens, com mais de 110 cenários construídos.

“São duas épocas correndo simultâneas, e isso, para todos nós que fizemos, foi um desafio inédito, foi um trabalho monstruoso, em que a gente teve de fazer duas novelas dentro de uma.” E não foi só isso, pois o diretor fez questão de usar pouco os recursos dos estúdios da Globo, dando preferência a locações externas. “Eu achei que já era hora de retomar essa ideia de levar as novelas para onde ela realmente se passa, claro que foi trabalhoso, mas, por outro lado, ganhamos em vários pontos, principalmente no conceito artístico, no fato de estar trabalhando em uma cidade de verdade, com tudo funcionando, isso dá um outro barato para quem está assistindo.”

Pedro Vasconcelos surgiu na telinha da Globo ainda adolescente, participou de novelas, como Vamp, nos anos 1990, quando ainda era um ator em formação. Mas logo partiu para a direção, primeiro no teatro, depois na TV. E isso o ajudou nessa relação de diretor com os atores. “Não vou mentir, não, o fato de ter formação de ator ajuda a fazer um trabalho mais bacana, porque você sabe de fato o que um ator passa num set e com isso posso ajudar a chegar à construção de personagens, pois dá para saber o que perturba um ator, e como conduzir uma gravação para que ele se sinta bem e à vontade para desenvolver seu trabalho da melhor forma possível”, conclui.

Mais um trabalho concluído e Pedro conta que deve sua vida profissional, na TV e no audiovisual, ao diretor Roberto Talma (1949-2015). “Ele me chamou para dirigir na Globo, eu tinha uns 24 anos, e foi um grande mestre, um professor, um homem de muita generosidade.” A alegria de ter dirigido Espelho da Vida faz Pedro traduzir trabalho em sentimento de gratidão. “Teve uma força astral muito forte, estamos felizes do projeto que realizamos.”

Sim, Pedro tem outros projetos engatilhados, e revela ter adquirido os direitos de Tieta, que levará ao teatro com Marcelo Faria. No cinema, prepara o Fala Sério, Mãe! 2, com Ingrid Guimarães.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.