Irã vê pirataria inglesa em apreensão de petroleiro

A apreensão de um petroleiro iraniano no estreito de Gibraltar por fuzileiros navais britânicos é “uma forma de pirataria”, provando que Londres está abraçando “as políticas hostis dos EUA”, disse uma autoridade do ministério iraniano.

Falando ao embaixador do Reino Unido no Irã, o chefe do Terceiro Departamento do Ministério na Europa Ocidental condenou a medida, chamando-a de ilegal e exigindo a liberação imediata do navio.

Na quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou seu embaixador do Reino Unido sobre a apreensão, segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Abbas Mousavi.

Durante a reunião, o Irã entregou ao embaixador documentos provando que o navio estava em trânsito para um destino permitido. O embaixador do Reino Unido afirmou que ele repassaria o protesto de Teerã aos funcionários do Reino Unido.

Mais cedo, na quinta-feira, o ex-ministro das Relações Exteriores da Espanha, Josep Borrell, teria declarado que o navio-tanque havia sido interceptado após um pedido dos Estados Unidos. Durante a reunião no Ministério das Relações Exteriores do Irã, o embaixador do Reino Unido afirmou que Londres não cumpre as sanções unilaterais ditadas por Washington.

Agências portuárias e policiais do território ultramarino britânico de Gibraltar, auxiliado pelos Royal Marines, apreenderam o petroleiro de 300 mil toneladas na manhã de quinta-feira, alegando que o navio estava transferindo petróleo para a Síria do Irã, violando as sanções da UE a Teerã.

“Temos razões para acreditar que a Grace 1 transportava seu carregamento de petróleo bruto para a refinaria de Baniyas, na Síria”, disse o ministro-chefe de Gibraltar, Fabian Picardo. “Essa refinaria é propriedade de uma entidade que está sujeita às sanções da União Européia contra a Síria.”

O Ministério da Defesa do Reino Unido acolheu quinta-feira a operação, chamando-a de “uma ação firme das autoridades de Gibraltar, agindo para fazer cumprir o regime de sanções da Síria da UE “.

O conselheiro de segurança nacional dos EUA, John Bolton, comemorou a captura, chamando-a de “excelente notícia”. “Os Estados Unidos e nossos aliados continuarão a impedir que regimes em Teerã e Damasco lucrem com esse comércio ilícito”, escreveu Bolton.