Sem desfile
‘Foi um passo atrás, para avançar com mais dois’
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em“Tiveram que dar um passo para trás para continuar mais forte ano que vem.” Foi com essa frase que a modelo brasileira Lais Ribeiro confirmou o cancelamento do desfile anual da Victoria’s Secret.
Lais desfila para marca de lingerie há nove anos e também faz parte do time fixo de supermodelos chamadas de angels. A piauiense contou que Ed Razek, na época diretor de marketing da Victoria’s Secret, comunicou pessoalmente às modelos sobre o cancelamento do desfile deste ano. “É um assunto muito delicado. Nós todos somos muito unidos, todas as meninas e o pessoal do show também. Mas se for pra melhorar é melhor do que botar a cara tapa de novo e as pessoas criticarem de novo”, afirmou a brasileira.
A saída de Ed Razek foi anunciada no início deste mês, quatro dias após se tornar pública a contratação da primeira modelo trans pela Victoria’s Secret. No ano passado, o executivo disse em uma entrevista à Vogue, que a grife de lingerie não deveria lançar modelos transexuais ou plus size em seu desfile de moda “porque o show é uma fantasia”. Mais tarde, o diretor pediu desculpas por suas observações “insensíveis”.
Lais contou ser muito próxima de Ed Razek e falou com carinho sobre o executivo. “Ele tem 71 anos e deu a vida pela Victoria’s Secret, ele que criou as grandes modelos, ele que cria o show. Os tempos mudam e a cabeça dele é um pouco mais voltada para a marca e ele viu que isso não estava ajudando. Ele mesmo quis sair para deixar a marca ter o seu caminho.”
A primeira modelo transgênero contratada pela a marca é a também brasileira Valentina Sampaio, que é agenciada pela Joy Model. Lais Ribeiro, que trabalha para a mesma agência, ficou feliz com essa notícia. “Eu tenho mania de empurrar pessoas que eu gosto. Não só para a Victoria’s Secret, mas para as pessoas que eu sou próxima. Eu sempre falei: ela é uma mulher linda maravilhosa, é capaz e está aqui para abrir portas e quebrar barreiras, porque a bandeira que ela carrega tem um peso muito forte para outras meninas.”
Lais também viu a contratação como um marco positivo para a grife de lingerie. “Fiquei feliz também por saber que a marca está evoluindo, está abrindo espaço para a diversidade.”