Foco na Argentina
Bolsonaro pede que empresários apoiem Macri
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emO presidente Jair Bolsonaro pediu nesta quarta (21) a empresários brasileiros o apoio à reeleição do presidente argentino Mauricio Macri. Durante sua participação no Congresso Aço Brasil 2019, em Brasília, Bolsonaro, mostrou preocupação com a eleição do candidato da oposição, Alberto Fernández.
“Só o fato de as primárias terem dado margem grande para a oposição, o mercado já reagiu imediatamente [com queda da bolsa argentina e aumento do dólar]. Mas acho que pode ser revertida essa questão da Argentina e todos os senhores aqui que puderem colaborar… Não estamos apoiando o Macri, nós queremos que aquela velha esquerda não volte ao poder e, se o caminho for apoiar o Macri, que seja, como eu tenho discretamente feito e apelado a todos”, disse Bolsonaro.
Nas eleições primárias, realizadas em 11 de agosto, Fernández, que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, recebeu 47% dos votos. O atual presidente, Mauricio Macri, ficou com 32%.
A preocupação do presidente brasileiro é que, caso seja eleito, Fernández apresente resistência à abertura econômica do Mercosul e ao recente acordo que o bloco fez com a União Europeia. “Se tiver que rever [o Mercosul e o acordo], nós tomaremos a inciativa e vamos partir para o bilateralismo, esse é o melhor caminho”, afirmou Bolsonaro. “Ele [Alberto Fernández] falou que não quer se afastar de aproximação econômica conosco na questão econômica. Tudo bem, na economia podemos caminhar juntos, agora na questão política jamais. Se desviar do foco de defender democracia e liberdade, vamos tomar uma posição política também”, completou.
O presidente Jair Bolsonaro também pediu a interferência dos empresários junto aos parlamentares brasileiros para que seja apreciada no Congresso Nacional a Medida Provisória (MP) nº 892, assinada em 5 de agosto, que desobriga a publicação de balanços das empresas com capital aberto em jornais impressos de grande circulação. Caso não seja aprovada em até 120 dias, a medida perde a validade. De acordo com Bolsonaro, há uma sinalização de que a Câmara vai deixar a MP caducar.
De acordo com o ato que tem força de lei, as publicações dos balanços “serão feitas nos sítios eletrônicos da Comissão de Valores Mobiliários e da entidade administradora do mercado em que os valores mobiliários da companhia estiverem admitidas à negociação”. Os balanços também deverão ser divulgados no site das próprias empresas.
“A economia que levantamos é em torno de R$ 1,2 bilhão por ano para vocês. Quero facilitar a vida de vocês, se vocês vão gastar menos com isso podem colocar produto mais barato aqui dentro ou de forma mais competitivo lá fora”, disse. “Vale a pena a interferência dos senhores junto a parlamentares para que essa MP não venha a caducar”, ressaltou.
Bolsonaro reafirmou a empresários que o objetivo do governo é não interferir, mas sim dar liberdade para a iniciativa privada atuar no Brasil. Para o presidente, o país está bem encaminhado nas questões econômicas e deve se aproximar comercialmente de mais países. “As conversas estão em andamento no sentido de nos aproximarmos das melhores economias do mundo. Não vamos nos afastar dos países da América Latin, mas vamos dar-lhes a devida importância”, disse em seu discurso, ao falar sobre as viagens que fez para Israel, Japão e Estados Unidos.