Sucessão de Crivella
Mariana disputa Rio contra samba do crioulo doido
Publicado
emA disputa pela prefeitura municipal do Rio de Janeiro no próximo ano está ganhando tom do Samba do Crioulo Doido. A esquerda quer a cadeira de Marcelo Crivella. Mas como PT, PDT, Psol, Rede e PSB não falam a mesma linguagem, uma aliança entre essas legendas vem se transformando em uma verdadeira Torre de Babel. E a tendência é que se unam apenas para um eventual segundo turno.
Enquanto isso, a turma do centro e centro-esquerda, começa a se movimentar para que Stanislaw Ponte Preta continue a dormir seu sono eterno, entoando seu samba. Na linha de frente desse grupo anti-esquerda estão as pré-candidaturas de Mariana Ribas, que se filiou ao PSDB com as bênçãos de Fernando Henrique Cardoso, e Jorge Coutinho.
Os dois têm história no mundo cultural. Mariana, com uma larga bagagem onde estão incluídos teatro, cinema e música, é ex-secretária de Turismo do Rio, cargou que acaba de entregar por entender que Crivella está pouco se lixando para o setor. Já Jorge Coutinho, que representaria o MDB nesse pleito, é ator consagrado e presidente do Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro.
Costuras – Porém, como em política quanto mais se costura mais as alianças ficam fortalecidas, pode surgir um terceiro pré-candidato para aliar-se à tucana e ao emedebista. Trata-se de Gustavo Bebianno, ex-secretário-geral da Presidência da República, que preferiu deixar o Palácio do Planalto a ter de engolir sapos dos filhos de Jair Bolsonaro.
Bebianno pode ser, assim, o alfaiate capaz de dar os retoques finais nessa costura. Há a expectativa de o ex-ministro se filiar ao DEM nos próximos dias, com o aval de Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados. Não que ele vá surgir como um tertius, mas tem peso suficiente para fortalecer o trio com Mariana e Coutinho. E como o resgate do Rio está acima de qualquer interesse particular, uma coligação PSDB-MDB-DEM, não necessariamente nessa ordem, já é vista como franca favorita para vencer a disputa.
As pré-candidaturas de Mariana e Coutinho foram reveladas menos de 72 horas após Crivella anunciar que a prefeitura do Rio de Janeiro não fará o repasse da subvenção às escolas de samba do Grupo Especial, para permitir que o ‘maior espetáculo cultural da Terra’ ocupe a Sapucaí com o brilho que sempre teve.
Aliás, foi o descaso de Crivella com o Carnaval carioca, entre outros fatores, que levou a ex-secretária de Cultura a pedir as contas para disputar a cadeira do próprio prefeito, e fazer o povo voltar a sorrir. Sorriso, a propósito, lembra Mariana, que deve ser consequência de mais segurança, transporte, educação, saúde e demais serviços básicos essenciais cobrados pelo povo.
Principal destino turístico da América Latina e uma das cidades mais procuradas do mundo, o Rio de Janeiro tem na indústria do entretenimento o seu principal motor, agora mais do que nunca, por conta da perda significativa de royalties do petróleo.
Cultura e turismo – Neste sentido – essa a opinião de Mariana e Coutinho – são fundamentais os investimentos em cultura e turismo. E Crivella parece não ter essa percepção. Entretanto, cmo nem só de Carnaval vive a cultura carioca, tanto Mariana, como Coutinho, apostam em projetos bem mais amplos e plurais para a retomada do desenvolvimento sustentável da cidade, alavancado pelo turismo e pela indústria do entretenimento.
Faltando 1 ano e 1 mês para a corrida eleitoral municipal, a empreendedora e entusiasta pela cidade Marina Ribas, surge, segundo opinião manifestada por analistas políticos, com a marca da renovação e da modernidade. Jovem, bonita e muito bem preparada, ela deixou os adversários (em especial os da esquerda) com um pé atrás ao visitar a receber as bênçãos de Fernando Henrique Cardoso, na segunda-feira, 2.
Agora, quando a pré-campanha começa a aquecer, ficam no ar as expectativas por possíveis futuras composições políticas para a formação das chapas. Independente do que venha acontecer, a cultura já mostrou que está na dianteira das bolsas de aposta. Pelo andar da carruagem, a certeza é de que essa eventual aliança PSDB-MDB-DEM vai ‘acabar com a falceta, tirar a favela da escravidão e decretar um ponto final vitorioso na sucessão’.