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Tempos de turbulência

‘Comunismo bate à porta. É preciso atenção máxima’

Publicado

Autor/Imagem:
General Paulo Chagas

Temos visto, ao longo dos últimos 40 anos, a repetição de uma sequência de narrativas propositadamente distorcidas que, por serem repisadas muitas vezes, acabam por esconder as suas verdadeiras e lógicas interpretações.

Senão vejamos, durante a presidência do Sr Jango Goulart, houve grande infiltração comunista no governo, a tal ponto que, no início de 1964, Luiz Carlos Prestes, presidente do PCB, anunciava que eles já estavam no governo, só lhes faltando a tomada do poder, prevista, segundo Jacob Gorender, no seu livro Combate nas Trevas, para o dia 1⁰ de maio daquele ano.

Isto, somado a outros eventos e ao clamor popular, deu motivo a uma reação conhecida na história como a “Revolução Democrática de 31 de Março de 1964”.

Ou seja, a investida comunista sobre o poder da República (pela segunda vez naquele século) foi a causa que teve como consequência a Revolução Preventiva.

Seguindo o curso da história, passado o susto inicial, os comunistas desencadearam o seu “plano B”, a chamada “Luta Armada” (3a tentativa), para o que iniciaram a “expropriação” de recursos financeiros, através de assaltos a bancos e carros fortes, e de armamentos, através de ataques a quartéis, passando, logo em seguida, a ações terroristas, sequestros e assassinatos que visavam à desestabilização do regime.

Como consequência do início da Luta Armada, o Sistema Policial, Civil e Militar, passou a atuar, com os seus meios e com os seus procedimentos, táticas e técnicas usuais, visando à neutralização daquela causa de insegurança pública.

O aumento da frequência, da violência e da ousadia das ações terroristas, bem como o surgimento de focos de guerrilha rural ultrapassaram a capacidade operacional das Forças Policiais, fazendo com que a Luta Armada passasse a ser uma ameaça à Segurança Nacional, tendo como consequência a necessidade de reformular e aperfeiçoar o processo e os meios de repressão para vencê-la e pacificar a Nação.

Assim, a exacerbação da violência e da ameaça à ordem pública e à segurança nacional foram as causas que tiveram como consequências a decretação do AI-5 e a criação dos Destacamentos de Operações de Informações (DOI) e dos Centros de Operações de Defesa Interna (CODI), integrando todos os meios do Estado para fazer frente à guerra terrorista e de guerrilhas que se tinham instalado no País.

Os acontecimentos que, no presente, rondam as fronteiras do Brasil e que podem transformar-se em ameaças ao nosso futuro imediato são bons motivos para voltarmos da forma correta os nossos olhos para a história de maneira a tirarmos dela os exemplos e os ensinamentos necessários para que, conscientemente, as causas nefastas e as consequências indesejáveis não se repitam, bem como para que saibamos separar e diferenciar uma coisa da outra.

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