Curta nossa página


Dicas de fonoaudióloga

Falta de atenção pode indicar perda auditiva

Publicado

Autor/Imagem:
Carolina Paiva, Edição

É comum relacionar a falta de atenção a problemas como déficit de atenção (TDA), estresse excessivo e até depressão. Porém, o que costuma ficar fora da discussão é que a falta de atenção pode ser um dos sinais de perda auditiva.

A perda auditiva já atinge mais de 28 milhões de brasileiros, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

São milhões de pessoas que, diariamente, deixam de aproveitar os sons do mundo e muitos prazeres da vida, como bater um simples papo com alguém próximo. Se você está com dificuldades para ouvir, procure auxílio médico o quanto antes, para que tenha mais qualidade de vida.

A perda de audição é uma condição possível em qualquer idade e que impacta diretamente a vida de uma pessoa. Diante da dificuldade auditiva, muitas informações podem passar despercebidas, tornando a pessoa dispersa em muitas conversas.

Naturalmente, amigos e familiares podem começar a dizer que o indivíduo não está prestando a devida atenção nas conversas. Chefes e colegas de trabalho comentam que o funcionário tem deixado passar detalhes importantes nas suas tarefas, está “desligado” ou mesmo com falta de vontade de trabalhar.

No entanto, o que acontece, na verdade, é que o processamento dos sons no cérebro é complexo e também está ligado a funções neurológicas, como a atenção.

Essas funções ajudam o organismo a perceber, organizar e integrar estímulos auditivos para que sejam interpretados corretamente pelo cérebro e para que possamos ouvir adequadamente. “Quando funções neurológicas — como a atenção — estão deficitárias, trata-se de um possível sintoma de alerta para irregularidades no funcionamento do processamento auditivo”, explica Ariane Gonçalves, fonoaudióloga da AudioFisa.

Além da falta de atenção, existem outros sinais e sintomas característicos da perda auditiva que você pode perceber no seu dia a dia, como não compreender o que outras pessoas falam claramente, precisando que repitam constantemente o que disseram; ter dificuldade em escutar músicas e assistir a programas televisivos no volume em que outras pessoas consideram confortável; ouvir de outras pessoas que você está gritando ou falando em um tom de voz muito alto, apesar de você achar que está normal; dificuldades para falar ao telefone; não conseguir interagir em conversas com muitas pessoas, pois se perde nos assuntos comentados; não ouvir quando chamam pelo seu nome; não perceber barulhos e sons comuns do cotidiano, como campainha, telefone tocando, chuva, canto de passarinhos; ouvir um zumbido no ouvido na ausência de qualquer fonte sonora.

É importante ressaltar que nem sempre os sinais da perda auditiva são percebidos facilmente. “De modo geral, deve-se reparar, principalmente, na dificuldade em ouvir sons de volume mais baixo, especialmente sons mais agudos, como a fala das pessoas”, alerta a fonoaudióloga. Caso tenha identificado alguns desses sinais, é provável que você tenha algum grau de perda de audição. Por isso, é fundamental que procure um otorrinolaringologista, que é o médico responsável por avaliar a audição e diagnosticar a perda auditiva. Em consultório, o especialista realizará os exames necessários, para confirmar ou descartar a deficiência auditiva, diz.

Quando o principal sintoma é a falta de atenção, o diagnóstico de outros especialistas, como o pediatra — no caso de crianças —, o neurologista ou o psiquiatra, pode ser indicado para avaliar a possibilidade de déficit de atenção (TDA), ou de outro problema relacionado.

Diagnóstico – A principal forma de diagnóstico é por meio de um exame chamado audiometria. Ele irá determinar se o paciente possui ou não perda de audição e, caso a resposta seja positiva, em que grau ela se encontra.

Além disso, alguns exames clínicos também são realizados, por meio de um equipamento denominado otoscópio. Com ele, o médico consegue avaliar se existem problemas ou lesões no canal auditivo. “Um diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso com o tratamento. Portanto, não deixe de contar com a ajuda médica necessária”, afirma Ariane.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.