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Tempo ao tempo, diz Mourão

Mandetta pisou na bola; ainda dá pra corrigir?

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Autor/Imagem:
Mário Camargo, Edição

O vice-presidente Hamilton Mourão criticou a forma do que Luiz Henrique Mandetta tem ‘mandato indiretas’ ao presidente da República. Mas, para o general, embora tenha pisado na bola, o ministro da Saúde tem como seu auto-corrigir. Para ele, o momento não é de demissão, mas de união.

As declarações foram feitas nesta terça, 14, na estreia do programa virtual Live Talks do Estadão. “Acho que ele (Mandetta) cruzou a linha da bola. Não precisava ter dito determinadas coisas”, observou, referindo-se à entrevista do ministro ao Fantástico, no domingo, 12.

“O trabalho técnico da equipe da Saúde é considerado muito bom. Com a coordenação agora do centro de operações capitaneado por Braga Netto, também. É um trabalho muito setorial, envolve mais ministérios”, disse o vice-presidente.

Mourão afirmou que a crise do coronavírus está sendo politizada e disse que o presidente Jair Bolsonaro tem “extrema preocupação” com a população desassistida. Para ele, a “politização” da crise é resultado da polarização política no País.

“O vírus está sendo politizado. Está acontecendo em outros países do mundo. Fruto da polarização aqui no Brasil. O vírus tem sido usado desta forma. Não critico governadores, mas destaco aqui que o ex-presidente dos EUA Lyndon B. Johnson em 1964 teria declarado numa entrevista que se um homem, ao assumir a presidência, não pode fazer o que julga correto, para que ser presidente?”

Mourão disse que os manifestantes contra o isolamento, que foram às ruas no fim de semana, são do ‘isolamento zona sul’ e que os atos foram pouco expressivos. Ele defendeu um “isolamento inteligente”, sem deixar claro se apoia um isolamento total ou “vertical”, como já defendeu Bolsonaro.

O vice-presidente se posicionou contra o uso de recursos do fundo eleitoral para ajudar no combate ao coronavírus. Ele propôs que partidos atuem de forma espontânea com doações, por exemplo. “A discussão sobre o fundo também está politizada. São recursos que no frigir dos ovos não resolvem o problema. Vão ser uma meia xícara de água no que estamos vivendo. Vamos deixar esses fundos de lado. É a melhor solução. Financia a eleição”, disse.

Mourão defendeu que a eleição para prefeituras e vereadores seja mantida em 2020. “Essa eleição vai ter que ocorrer esse ano. Outubro ou dezembro, tem que andar. O fundo partidário pode ser até que, de livre arbítrio de cada partido façam campanhas de doação, de cestas básicas, distribuição de kits de limpeza, acho que os partidos poderiam espontaneamente partir para essa linha de ação.”

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