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Direita, esquerda etc

Câmara recebe enxurrada de ações de impeachment

Publicado

Autor/Imagem:
Mário Camargo

Estão pipocando como milho em panela quente os pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. As motivações são variadas, mas todas ligadas ao episódio da demissão do ex-diretor da Polícia Federal Maurício Valeiro, e às acusações feitas por Sérgio Moro na despedida do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

As duas últimas ações foram protocoladas na noite de sexta, 24. Uma pelo partido Rede Sustentabilidade, assinada pelos senadores Randolfe Rodrigues, Fabiano Contarato e a deputada Joênia Wapichana. Outra, pela deputada Joice Hasselmman, líder da bancada PSL e bolsonarista arrependida.Rodrigo Maia, presidente da Casa, está sendo pressionado a despachar favoravelmente os processos.

Joice acusa o presidente de crime de responsabilidade por falsidade ideológica e por interferência em investigação da Polícia Federal para obstruir a Justiça e beneficiar os filhos. Bolsonaro é acusado de tentativa de intervenção na Polícia Federal para obter acesso a dados sigilosos de inquéritos, como relatórios de inteligência. A deputada diz que o presidente poderia auxiliar os próprios filhos parlamentares – senador Flávio Bolsonaro e deputado Eduardo Bolsonaro.

“Em um cenário em que os filhos do presidente da República, especialmente Flávio e Eduardo Bolsonaro, estão inseridos em diversos escândalos investigados, Jair Bolsonaro gostaria de colocar no comando da Polícia Federal alguém que estivesse em condição de subserviência para com ele, podendo, ao seu mando, repassar essas informações sensíveis, especialmente se englobarem qualquer consideração sobre os seus filhos, para então tomar as medidas cabíveis e manipular tais informações”, diz a ação assinada por Joice.

Na mesma linha segue o grupo da Rede. O partido afirma que Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade contra a probidade na administração pública. No pedido de impeachment, é apontada a possibilidade de Bolsonaro também ter cometido os crimes de advocacia administrativa, prevaricação, falsidade ideológica, concussão, obstrução de justiça e corrupção passiva.

Os parlamentares dizem que a exoneração de Valeixo não teria sido a pedido e que não teria sido assinada por Moro, como consta no Diário Oficial da União. Para eles, ficou claro que o presidente vem tentando interferir em investigações da PF.

“Bolsonaro não está acima da lei e tem que responder pelos crimes que está sendo acusado. Não vamos esperar suas respostas diante de um diretor da PF que ‘interaja’ com ele”, escreveu Randolfe no Twitter após protocolar o documento. Já Contarato disse que “precisamos passar tudo a limpo! Que não fique um corrupto no poder! Que seja observado nosso comando constitucional do princípio da impessoalidade! Doa a quem doer!”

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