Ameaça de extinçãoi
Covid está chegando à tribo e matando índios
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em“Acabei de saber de mais um óbito”, diz a professora Altaci Rubim, da etnia Kokama, durante entrevista para a Amazônia Real no início dessa semana. Altaci interrompe por alguns minutos a conversa com a reportagem para buscar informações com parentes e amigos da vítima pelas redes sociais, com quem mantém contato permanentemente. “Era um indígena em Tabatinga, Kokama, estava com sintomas de Covid-19”.
“Observamos que seria difícil conseguirmos evitar mortes dos nossos anciões, que estão indo muito rápido, sobretudo quem tem mais de 70 anos. A morte está vindo muito mais rápido em meu povo”, comenta Altaci Rubim, diante de tantas perdas. Altaci é indígena Kokama natural do município de Santo Antônio do Içá, no Alto Solimões. Graduou-se no curso de Normal Superior pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA); é mestre em Sociedade e Cultura da Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e doutora em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB). Em Manaus, desenvolve projetos de valorização da língua Kokama em comunidades do contexto.
Um levantamento feito pela Associação dos Índios Kokama Residentes no Município de Manaus (Akim) e pela Federação Indígena do Povo Kukami Kukamiria do Brasil, Peru e Colômbia aponta que 37 pessoas do povo Kokama morreram com sintomas de Covid-19 ou de complicações causadas pela doença até nesta quarta-feira (13), um número que tende a aumentar quase que diariamente. A maioria das pessoas falecidas com sintomas da doença está na faixa etária de 60 e 70 anos. Os óbitos foram registrados em municípios do Alto Solimões, como Tabatinga, um dos mais afetados da região, em Manaus e em cidades próximas da capital amazonense.
Esta é uma conta, contudo, que está longe de ser fechada, porque os casos de pessoas com sintomas da doença são incontáveis e os números mudam a todo momento, como alerta Eládio Kokama Curico, da liderança da Organização Geral das Comunidades e Cacique do Povo Kokama-Alto Solimões. “Todas as casas Kokama tem parentes com sintomas da doença”, diz.
Na quarta-feira (13), a professora Altaci Robim soube da morte de seu primo, o cacique Messias Kokama, um dos fundadores da Comunidade Parque das Tribos, o primeiro bairro indígena de Manaus, onde vivem 700 famílias de 35 etnias há mais de seis anos. A pandemia do coronavírus no Parque das Tribos atinge mais de 40 pessoas.
Messias Martins Moreira Kokama estava internado há mais de uma semana no Hospital Delphina Aziz. Segundo Altaci, ele passou por testes que confirmaram a doença Covid-19. Nas redes sociais, lideranças da comunidade homenagearam Messias. Ele deverá ser enterrado nesta quinta-feira.
“Perdemos a nossa Liderança Indígena Messias Kokama, um cacique que sonhou… idealizou e esteve à frente e com os indígenas de 35 etnias indígenas o 1° Bairro Indígena de Manaus Parque das Tribos-Tarumã. Hoje ele nos deixa, mas fica seu exemplo de persistência, um legado conquistado com muita luta e coragem, frente aos conflitos e obstáculos. Tive a oportunidade de acompanhar a sua trajetória, o qual nos passou muito aprendizado com a sua experiência de vida”, lamentou a professora Claudia Baré, liderança do Parque das Tribos, que lutou com Messias pela fundação da comunidade, em Manaus.
Números conflitantes
A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, estima que a população de Kokama na Amazônia é de cerca de 14,3 mil pessoas, mas este número não reflete a realidade porque exclui os indígenas da etnia que moram na zona urbana, tanto nos municípios do Alto Solimões, como Tabatinga e Santo Antônio do Içá, como em Manaus.
O número de mortes por Covid-19 levantado pelas organizações Kokama está muito acima do apresentado oficialmente pela Sesai, que notificou, até quarta-feira (13), dez óbitos entre indígenas cobertos pelo Dsei Alto Solimões. Desses, sete são do povo Tikuna e três do povo Kokama.
A discrepância de dados ocorre porque a Sesai contabiliza apenas as infecções e as mortes em indígenas que vivem em aldeias e foram atendidos pelo subsistema de saúde indígena, por meio dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis). No boletim desta quarta-feira, a Sesai confirma 129 casos de Covid-19 em indígenas no Alto Solimões (mas não diz as etnias).
A primeira notificação
O primeiro caso de um indígena infectado no Brasil com o novo coronavírus foi justamente uma pessoa Kokama. No dia 31 de março, a Sesai confirmou a infecção de uma agente indígena de saúde da aldeia São José, no município de Santo Antônio do Içá, que havia sido infectada após contato com um médico da equipe do Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Solimões (Dsei Alto Solimões). Na aldeia São José, segundo o Dsei Alto Solimões, foram confirmados outros 30 casos de Covid-19.
Segundo o levantamento das organizações do povo Kokama, do total de óbitos por Covid-19, mais de 15 pessoas moravam no Alto Rio Solimões. O restante dos óbitos foi registrado em Manaus (a maioria) e em cidades próximas da capital, como Autazes e Itacoatiara. Uma lista com os nomes dos Kokama que faleceram circula entre os grupos e é atualizada instantaneamente quando tem um novo óbito, após as lideranças apurarem as circunstâncias junto às famílias. Contar o número de pessoas infectadas é quase impossível, porque a maioria não está recebendo atendimento médico.
Para a professora Altaci Rubim, a Covid-19 expôs desigualdades históricas que afetam os povos indígenas: não tem tratamento, prevenção, remédios ou mesmo um leito de UTI para atender pacientes com sintomas graves da doença. Em muitos casos, até mesmo o direito de ser identificado pela etnia tem sido tirado dos indígenas, sobretudo dos que moram nas áreas urbanas, como é o caso dos Kokama, que estão enfrentando dificuldades de serem tratados como pertencentes a essa etnia nos histórias de Tabatinga. “Estão querendo nos identificar como pardos”, é o relato mais comum que tem sido divulgado em grupos de WhatsApp.
Onde estão os Kokama?
Os Kokama são um povo originário da tríplice fronteira (Brasil, Colômbia e Peru), com forte presença do Alto Rio Solimões e no Médio Rio Solimões, alcançando até o baixo rio Negro, em Manaus. Ocupam ao menos 17 terras indígenas, segundo a linguista e especialista na língua Kokama, Altaci Rubim.
A maioria dos Kokama está distribuída nas terras indígenas e nas cidades de Tabatinga, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Jutaí, Tefé, Fonte Boa, Alvarães, Autazes e Manaus.
Uma das vítimas fatais do novo coronavírus é Maria Vargas Castelo Branco, que morreu no dia 9 de abril, no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. Ela era da aldeia Monte Claro e estava em Manaus desde 28 de fevereiro para tratamento de anemia hemolítica autoimune. Maria Vargas é a única entre os três Kokama mortos pela doença que teve seu nome divulgado pela Sesai.
Somente em Tabatinga, maior cidade do Alto Solimões, o governo do Amazonas confirmou nesta quarta-feira 390 casos da doença na população, que inclui indígenas e não indígenas. A conta aumenta para 1.056 casos confirmados no Alto Solimões quando são incluídos também os de outros municípios da região: Santo Antônio do Içá, Amaturá, São Paulo de Olivença e Benjamin Constant.
“Muitos dos que morreram já estavam doentes e com a covid-19, a saúde deles se agravou e acabaram vindo a óbito. São muitos Kokama que estão sendo levados pela covid-19. Como os hospitais estão como numa guerra, com tantas pessoas doentes, morrendo, então muitos preferem ficar em casa. Os que estão se curando se tratam em casa, com nossos remédios tradicionais”, diz Altaci Rubim.
A conta que não fecha
Segundo levantamento da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), até essa quarta-feira (13) foram registrados 62 óbitos em povos indígenas da Amazônia brasileira e 227 casos confirmados: a contagem é resultado do cruzamento dos dados da própria Coiab com os dados oficiais da Sesai. Na conta da Coiab, 26 indígenas Kokama morreram por covid-19. A Coiab levanta os dados com base em informações repassadas por organizações locais, como a Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime).
Conforme a Coiab, os demais falecimentos pelo novo coronavírus foram registrados entre os seguintes povos: Apurinã (2), Baré (2), Baniwa (2), Borari (1), Mura (1), Macuxi (1), Munduruku (1), Palikur (1), Sateré Mawé (1), Tariano (1), Tembé (1), Tikuna (9), Tukano (3), Yanomami (1) e mais seis ainda não identificados pela Sesai. A Coiab também inclui na estatística do óbito 3 indígenas Warao, originários da Venezuela.
Já Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, contabiliza 277 casos de indígenas e 19 óbitos por covid-19, contando todas as regiões do Brasil, até nesta quarta-feira (13). Na Amazônia, segundo a Sesai, são 183 casos e 15 óbitos de indígenas.
Pandemia escancarou realidade
Segundo Altaci Rubim, somente em Manaus, são cerca de mil Kokama residentes, muitos deles vivendo em 10 comunidades. Uma delas é a comunidade Nova Esperança, no Ramal do Brasileiro, zona leste de Manaus, onde todos os moradores estão com sintomas de covid-19, e têm parentesco com a professora.
Para a Copime, a população Kokama em Manaus é muito maior: 1.400 pessoas, segundo um levantamento feito em 2019. A diretora da Copime, Marcivana Paixa, do povo Sateré-Mawé, diz que os Kokama formam a maior população indígena da capital amazonense. “Provavelmente esse índice de mortalidade de covid-19 tem a ver com a presença deles, no contexto urbano e a sua alta vulnerabilidade social”, diz Marcivana Paiva.
Para a liderança Sateré-Mawé, a covid-19 expõe a “pouca-vergonha” do sistema regulador da Sesai, que ignora a presença de indígena na cidade, e a omissão dos órgãos de saúde estaduais e municipais.
“Os índios sempre estiveram doentes. Não é a partir dessa pandemia que isso acontece. Sempre houve alto índice de mortalidade dos indígenas. Só que como muitos estão nas cidades e não são cobertos nesse sistema de saúde, não aparecem nos dados oficias. A covid-19 escancara essa ‘pouca-vergonha’. Para a Copime, é importante a gente identificar quais as endemias que mais atingem as populações indígenas nas cidades, até para criar uma política de saúde de enfrentamento”, alerta ela.
Segundo Marcivana, em Manaus e outros municípios do interior do Amazonas há indígenas com tuberculose, diabetes, câncer e malária, mas os números não aparecem no sistema da Secretaria Estadual de Saúde (Susam) nem das Secretarias Municipais de Saúde, incluindo a da capital.
Alto Solimões perdeu 16 parentes
“A doença está na cidade e está nas aldeias. Está matando nossos povos. Aqueles que estão tentando sobreviver em casa tomam remédio tradicional, indígena”, diz Edney Kokama Samias, uma liderança de seu povo. Ele afirma que já perdeu 16 pessoas de sua família para a covid-19, “fora os que estão passando muito mal”, destaca.
Nascido na comunidade Sapotal, Edney mora em Tabatinga, para onde se mudou para estudar. Ele e outras pessoas de sua família não são incluídos na contagem da Sesai. Edney também reclama que nem mesmo nos hospitais os profissionais de saúde querem registrar os pacientes indígenas com a sua etnia, porque eles são moradores da cidade, apesar de nunca terem abandonado sua tradição e manter relação com suas aldeias de origem.
“Sou responsável por todas as aldeias onde mora qualquer Kokama. Eu é que ensino a nossa tradição. Seguimos os costumes da aldeia mesmo morando na cidade. Na minha família tem muita gente com suspeita de covid-19, mas não tem como testar todo mundo. Já morreram parentes meus, materno ou paterno. Mas não temos como dizer quantos Kokama estão com o coronavírus porque não tem teste. Eles testam apenas quem tem sintomas muito graves”, diz.
O pai, Guilherme Samias, e o tio de Edney, Otaviano Samias, foramo internados no Hospital da Guarnição do Exército em Tabatinga, por covid-19. Há mais de duas semanas Guilherme aguardava transferência para Manaus, mas o transporte ainda não foi viabilizado. No dia 30 de abril, enterrou o avô, que morreu com sintomas de covid-19. Nesta quinta-feira (14), Edney informou que seu pai faleceu.
“Por mais que o Ministério Público Federal tenha recomendado atender tanto índio que mora na cidade quanto na aldeia, o atendimento é diferenciado. Aqueles que não vêm da aldeia, eles [profissionais de saúde] ficam com um atendimento um pouco meio frio, desumano. Isso nos magoa; somos índios, mas podemos morar onde a gente quiser”, diz.
Eládio Kokama Curico, da Organização Geral das Comunidades e Cacique do Povo Kokama-Alto Solimões, há dias divulga periodicamente um apelo às autoridades nacionais e internacionais para ajudar o seu povo, diante da alta taxa de mortalidade entre seu povo.
“Nós, povo Kokama, estamos registrando óbitos todos os dias. Estamos aflitos e desesperados. Nós estamos indignados devido à negligência, descaso e omissão do poder público a nível Federal, Estadual e Municipal, apesar deste último já fizeram o possível para conter a propagação do vírus. Por ser uma região de fronteira com Peru e Colômbia de grande mobilidade terrestre e fluvial, as ações das autoridades se tornam insuficientes”, diz trecho da nota, assinada também por Edney Samias e Glades Kokama Rodrigues, presidente da Federação Indígena do Povo Kukami Kukamiria do Brasil, Peru e Colômbia. Quando a nota foi divulgada, na semana passada, os Kokama registravam 9 óbitos por covid-19. Agora, são mais de 30, na contagem deles.
Nesta semana, com o prognóstico de aumento dos casos e óbitos, Eládio voltou a denunciar a grave situação. “Pedimos apelo às autoridades competentes para estruturar o hospital que temos aqui na região do Alto Solimões. Aqui não tem nada, desculpa eu falar isso, mas é a realidade. Infelizmente, só vemos falar em dinheiro, recursos, e não vemos nada de melhora na região. Em uma semana eu perdi oito parentes próximos. O povo indígena que mora no município não está tendo apoio de ninguém. É triste isso, ter parente que está morrendo no hospital e ninguém está nem aí”, diz Eládio Tikuna à Amazônia Real.
A liderança também reclama que sequer há meios de transportes para fazer transferências de indígenas doentes para Manaus. “A Sesai tinha UTI aérea até 2019. Pela burocracia do governo federal, não renovaram o contrato. Hoje é o momento em que a gente está precisando muito e não temos. Será que vamos esperar morrer mais 10, 20, 30, 50 pessoas para renovar o contrato dessa UTI área?”, questiona.
A professora Altaci Rubim afirma que a alta letalidade da covid-19 em indígenas Kokama tem abatido as comunidades, porque não há perspectiva de tratamento médico adequado frente ao contágio que se espalha e à ausência de ações de prevenção que considerem o modo de vida dos indígenas e suas formas de convivência social e familiar.
“É sempre difícil falar de uma coisa que é uma ferida aberta. Os nossos anciões estão indo. Todo dia nós recebemos notícias de três, quatro, cinco que se foram em Santo Antônio do Içá, em Manaus, em Tabatinga, em diferentes aldeias. É um número alarmante em um curto período. Muitos também estão sem o direito de se identificar como indígena ou de ter no seu laudo a morte por essa doença, porque não conseguiram fazer o exame”, diz Altaci.
Para Altaci, a ausência do poder público na atenção de saúde e na prevenção sanitária é também uma forma de dizimação do povo Kokama e dos indígenas do país.
Altaci Rubim atualmente mora na capital federal, onde leciona na Universidade de Brasília (UnB). Em permanente diálogo com os parentes de Manaus e de cidades do Alto Solimões, ela está envolvida em quase todos os aspectos do impacto da pandemia em seu povo.
A professora também atua na articulação com universidades e instituições humanitárias em busca de apoio neste período da pandemia. Em Manaus, Altaci mantém um projeto de ensino da língua Kokama, na comunidade Luar Verde, para crianças. Ela também é pesquisadora do projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNSCA), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), coordenado pelo professor e antropólogo Alfredo Wagner Berno de Almeida.
Anciãos estão morrendo
“O que está claro para todos é que o governo federal, em todas as áreas – saúde, educação, territórios – está alinhado para efetivar essa política genocida com os indígenas, silenciar a voz dos povos indígenas, para que nós não venhamos a ter força para continuar a resistência que ao longo da nossa história nós concretizamos. Eles querem acabar com as nossas histórias, nossas memórias, com nossos anciões. Mas eles não sabem que toda vez que morre um ancião, nós somos renovados pelo mesmo ancião, porque nós somos frutos da terra”, afirma Altaci Rubim.
Com um fio de esperança em meio a tanta tragédia, a professora lembra que o ancião que se vai, pode inspirar outras gerações que o substituirá. “No seu devido tempo, o nosso ancião vem de volta, da terra, alimentar as nossas raízes, as nossas roças. Vamos ser alimentados por elas e vamos continuar a viver, continuar a lutar. Essa pandemia serviu para que nós, povos indígenas, venham pensar novas estratégias. Ela mostrou que nenhum governo realmente tem uma política para os povos indígenas. Desde a colonização todos os governos que passaram, tudo que aconteceu ao longo da história serve para nós conhecermos que nenhum desses governos apoiou os povos indígenas. Nós temos que nos reorganizar, pensar em estratégias futuras para resistir”, diz.
MPF entra com ação
Na terça-feira (12), o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do estado do Amazonas (MP-AM), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE/AM) ajuizaram ação civil pública, com pedido de liminar, para que os governos federal e estadual adotem medidas urgentes de saúde para tratamento da covid-19 na região do Alto e Médio Solimões e no município de Atalaia do Norte (a 1.138 quilômetros de Manaus).
Entre os pedidos da ação estão a ampliação e a estruturação de leitos no Hospital de Guarnição de Tabatinga (HGUT), para garantir acesso universal e igualitário, enquanto durar a pandemia de covid-19, a militares e civis, indígenas ou não indígenas.
Os órgãos pedem ainda, na ação, que a União e o estado do Amazonas sejam obrigados a apresentar um plano de atendimento a indígenas e não indígenas da região em estado grave de saúde. O plano deve incluir a transferência de pacientes em estado grave para Manaus ou outros estados do País, garantindo pronto atendimento. A ação civil pública abrange os municípios de Tabatinga, Benjamin Constant, Amaturá, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tonantins, Jutaí e Atalaia do Norte.