Dilma evita ‘canoa furada’ e deixa Agnelo a ver navios em Ceilândia
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emMais de três mil pessoas ouviram na noite desta quinta-feira 25 Agnelo Queiroz (PT) acusar institutos de opinião pública de manipularem pesquisas eleitorais para tentar prejudicar sua reeleição. No último levantamento do Ibope, o governador está em terceiro lugar, atrás inclusive de Jofran Frejat (PR) que acaba de entrar na disputa.
A declaração de Agnelo foi feita em Ceilândia, durante comício que teve a participação do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Temendo entrar em “canoa furada”, conforme definição de adversários, a presidente Dilma Rousseff, que também tenta a reeleição, não compareceu, embora sua presença tenha sido anunciada no programa eleitoral do PT nos últimos dias.
Oficialmente, a presidente, que chegou a Brasília no meio da tarde, vinda dos Estados Unidos com uma parada na Bahia para apoiar o PT local, está com problemas na garganta, que lhe deixaram afônica. Há quem assegure, porém, que Dilma teme ser contagiada pelo fracasso de Agnelo, e perca preciosos votos na capital da República, onde Marina Silva (PSB), lidera.
Dirigindo-se a um público majoritariamente de correligionários que empunhavam bandeiras vermelhas, Agnelo disse que estava promovendo “o comício da vitória” e que daria início “à virada”. Pelo visto, o catastrófico quadro sucessório, que o joga cada vez mais distante do senador Rodrigo Rollemberg (PSB) e logo atrás de Frejat, parece não desanimar o petista, que colocou as pesquisas sob suspeição.
Segundo o governador, que não sabe sequer se vai para o segundo turno, ‘está havendo manipulação nas pesquisas’. Agnelo advertiu que a (suposta) força da sua candidatura não seria diminuída pelo Ibope ou Datafolha. Depois, sentenciou: “Nós estamos calejados e não permitiremos que isso aconteça”.
As declarações de Agnelo parecem fazer parte de uma estratégia orquestrada pela coordenação da campanha de reeleição do governador. Coincidência ou não, a verdade é que diferentes comentários postados em reportagens virtuais que apresentam o pífio desempenho de Agnelo, seguem o mesmo rumo. Tentam desqualificar as pesquisas, como se entidades abalizadas se submetessem a interesses eleitoreiros.
Karla Maranhão e Felipe Meirelles