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Estados Unidos

Morte de Floyd provoca onda de violência

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

Toques de recolher foram ordenados em diversas cidades pelos EUA na tentativa de conter a revolta provocada pela morte de um homem negro sob custódia policial. As ordens, no entanto, foram desafiadas e, em alguns locais, houve lojas saqueadas, carros queimados e prédios atacados.

Tropas de choque estão usando gás lacrimogêneo e balas de borracha na tentativa de conter os protestos. O presidente Donald Trump pediu “cura” pela morte de George Floyd, mas disse que não permitirá que as multidões dominem as ruas.

O acusado de assassinar Floyd, que tinha 46 anos, é um ex-policial branco de Minneapolis. Derek Chauvin, de 44 anos, deve comparecer a um tribunal na segunda-feira.

Em um vídeo, Chauvin pode ser visto pressionando o pescoço de Floyd com o joelho por vários minutos. Floyd diz repetidamente que não consegue respirar. Outros três policiais que acompanharam a cena também foram demitidos.

O caso Floyd reacendeu a revolta nos EUA contra assassinatos cometidos policiais contra negros. A morte acontece após episódios que tiveram visibilidade em todo o mundo, como as mortes de Michael Brown em Ferguson, Eric Garner em Nova York e outros casos – que impulsionaram a criação do movimento Black Lives Matter.

Grandes manifestações foram registradas em pelo menos 30 cidades nos EUA. Inicialmente pacíficos, os atos escalaram para episódios de violência a partir do final do dia, no sábado.

Uma das cidades mais afetadas é Los Angeles. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, declarou estado de emergência na cidade e acionou a Guarda Nacional – força militar de reserva que pode ser convocada para intervir em emergências domésticas.

A cidade inteira está sob um toque de recolher das 20h às 5h30. Diversas lojas foram saqueadas, inclusive nas famosas avenidas Melrose e Fairfax. Imagens aéreas mostravam incêndios em alguns lugares.

A polícia disparou balas de borracha e golpeou manifestantes com cassetetes. Centenas de pessoas foram presas.

“(Este foi) o momento mais pesado que já experimentei” desde os distúrbios de 1992, provocados pela absolvição da polícia pelo espancamento de Rodney King, afirmou o prefeito de LA, Eric Garcetti.

Em Nova York, um vídeo mostrou um carro da polícia avançando sobre uma multidão de manifestantes. O prefeito Bill de Blasio disse que a situação não partiu dos policiais.

A parlamentar Alexandria Ocasio-Cortez classificou os comentários do prefeito como inaceitáveis ​​e que ele não deveria usar desculpas para defender os policiais.

A prefeita de Chicago Lori Lightfoot impôs um toque de recolher das 21h às 6h até novo aviso, dizendo que estava “enojada” com a violência.

“Vi manifestantes atirarem projéteis em nossa delegacia de polícia… Garrafas de água, urina e Deus sabe o que mais”, afirmou.

Em Atlanta, manifestantes permaneceram nas ruas após o início do toque de recolher, danificando propriedades e veículos. Dezenas pessoas foram presas.

Minneapolis, onde George Floyd morreu, registrou menos episódios violentos durante a noite. Cerca de 700 oficiais da Guarda Nacional estão trabalhando com a polícia e agiram rapidamente para fazer valer o toque de recolher imposto na cidade.

O jornal Star Tribune disse que a ação até o momento conseguiu controlar os distúrbios vistos na noite anterior.

Pelo segundo dia consecutivo, uma multidão de manifestantes provocou oficiais da Guarda Nacional do lado de fora da Casa Branca, em Washington, capital norte-americana.

Indianapolis foi uma das cidades onde protestos pacíficos registrados durante o dia escalaram para a violência. Pelo menos uma pessoa morreu baleada. A polícia disse que nenhum policial fez tiros.

Na Filadélfia, onde também há toque de recolher, 13 policiais ficaram feridos e pelo menos 35 pessoas foram presas enquanto lojas eram saqueadas, carros da polícia eram incendiados e edifícios eram destruídos.

O toque de recolher também foi declarado em Miami, Portland e Louisville, entre outras cidades, embora muitos tenham sido simplesmente ignorados.

São Francisco também impôs toque de recolher, anunciado pelo prefeito London Breed após saques e violência.

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