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Amazônia

Mourão quer ações realistas contra desmatamento

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

O vice-presidente Hamilton Mourão quer ações realistas em defesa da Amazônia e não promessas que se demonstrarão paliativas. Isso ficou claro após reunião com representantes empresariais brasileiros na sexta-feira (10), no Palácio do Planalto, para debater medidas de combate ao desmatamento na Amazônia. É o segundo dia consecutivo em que Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, se reúne com empresários para tratar do assunto. Na véspera ele participou de uma videoconferência com investidores estrangeiros.

“Todos eles colocam a questão de que a gente tem que ter uma meta, reduzir o desmatamento ao mínimo aceitável, e as pessoas entenderem que não podem desmatar”, afirmou Mourão, após reunião desta sexta.

O general recebeu Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), colegiado que reúne 60 dos maiores grupos empresariais do país, responsáveis por mais de 1 milhão de empregos diretos. Também participaram da reunião Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ). O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, participou por meio de videoconferência.

Os dois encontros de Mourão com investidores foram motivados por uma carta que o governo federal recebeu, em junho, de empresas brasileiras e estrangeiras em que elas manifestam preocupações relacionadas ao desmatamento e pedem a defesa de uma agenda do desenvolvimento sustentável. De acordo com o vice-presidente, o Conselho da Amazônia está desenvolvendo um plano de trabalho que possa apontar metas precisas de redução do desflorestamento na região.

“Eu prefiro que a gente consiga terminar o nosso planejamento e eu dizer que daqui até 2022, a cada semestre, eu vou reduzindo em X por cento, até chegarmos num ponto aceitável. Algo factível, e não ficar fazendo promessa que eu não vou cumprir.”

Mourão também comentou sobre a participação das Forças Armadas nas operações de repressão a crimes ambientais. Um novo decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, foi publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial da União (DOU), prorrogando a presença das Forças Armadas na Amazônia Legal até 6 de novembro.

“Eu não vejo, no curto prazo, como operar sem o apoio das Forças Armadas. Para trabalhar sem as Forças Armadas eu preciso reconstruir a força de trabalho das agências ambientais”, disse.

Segundo o vice-presidente, órgãos ambientais como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) operam com cerca de 50% de seu efetivos de servidores e apenas uma fração deles atua diretamente em campo, o que dificulta uma ação mais abrangente.

“Temos menos de 50% do efetivo, sendo que dos 50% existentes, você pode botar que dois terços estão no escritório e um terço que está na rua, e esse um terço que está na rua não está só na Amazônia”, apontou o vice-presidente.

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