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Finados

Reverência a mortos teve respeito à vida

Publicado

Autor/Imagem:
Rafael Secunho

Ainda que diante da pandemia do coronavírus e as diversas regras de isolamento social, muita gente deixou suas casas, nessa segunda-feira (2), para prestar homenagens aos entes queridos. Mas, com segurança. Foi um Dia de Finados diferente, em que diversas medidas sanitárias foram definidas pelo GDF para a visitação dos cemitérios.

Um dia de baixo movimento – se comparado ao ano passado -, em função da pandemia. A secretaria de Justiça estima uma redução de 40% no número de visitantes. O maior movimento foi durante a manhã. De máscara facial, o contador Melchiades Augusto, 53, morador do Riacho Fundo, não se furtou de visitar a lápide da sogra.

Reuniu a esposa, três cunhadas e mais um concunhado e seguiu para o cemitério Campo da Esperança, no Plano Piloto. Foram ao túmulo e deixaram velas acesas no velário. O grupo fez muitos elogios às medidas tomadas pelo governo.

De acordo com decreto publicado no Diário Oficial (DODF), os visitantes estavam obrigados a usar máscaras e manter a distância mínima de 2 metros. Medidas fiscalizadas pela Secretaria DF Legal. Os grupos, formados por núcleos familiares, deviam ter no máximo seis pessoas. E o acesso de veículos permitido somente para aqueles que possuem a credencial de vaga especial (idosos, deficientes, etc).

“Vim visitar minha prima que faleceu há dois anos. Não tive medo de sair de casa, mas sempre de máscara e com o meu álcool em gel. E para quem não trouxe, tinha um pessoal distribuindo máscaras. Não vi qualquer alteração”, pontuou a bibliotecária Maria do Socorro, 53, que veio do Guará para o cemitério do Plano Piloto.

A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) distribuiu 50 mil equipamentos de proteção facial nos seis cemitérios do DF (Asa Sul, Taguatinga, Gama, Sobradinho, Planaltina e Brazlândia). A pasta também reforçou as equipes de acolhimento psicológico e assistência social em todos eles, com quatro profissionais e o ônibus para atendimentos.

O uso de máscaras e o distanciamento entre os visitantes marcaram o Dia de Finados | Fotos Acácio Pinheiro

Dia atípico
“Hoje foi um Dia de Finados atípico, é o primeiro deste período de pandemia, em que muitas pessoas perderam seus entes queridos para essa doença. Nosso objetivo com essa ação é garantir que os visitantes possam ir aos cemitérios em segurança visitar seus entes”, afirma a secretária, Marcela Passamani.

A Polícia Militar contou com o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) e a polícia montada para organizar os acessos e manter a segurança nos cemitérios.

Redução de público
Os rituais religiosos também seguiram o distanciamento social e os protocolos sanitários. Porém, a prévia recomendação da Sejus foi para que as celebrações fossem realizadas, preferencialmente, por meio de aconselhamento individual. Além disso, quinze totens foram instalados no cemitério do Plano Piloto para a emissão de uma guia com o endereço das sepulturas, facilitando o acesso dos visitantes.

Segundo estimativa da Secretaria, de sábado até hoje cerca de 300 mil pessoas passaram pelos cemitérios do DF. Uma redução de 40% em relação ao ano passado. O feriado prolongado, devido ao dia do servidor público na última sexta-feira (30), também contribuiu com a diminuição do público.

“Tomamos todas as medidas para que fosse um dia de finados com segurança. A aferição de temperatura em ambientes como as capelas, por exemplo, foi obrigatória. Felizmente observamos um público ordeiro, que sabe da importância de se proteger nesse momento”, finalizou o subsecretário de assuntos funerários, José Carlos Medeiros.

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