Volta da Covid
Rede pública terá 382 UTIs para tratar pacientes
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emA Secretaria de Saúde irá mobilizar 230 leitos públicos de UTI para atender exclusivamente pacientes acometidos com o novo coronavírus. As unidades de terapia intensiva estarão disponíveis em 14 hospitais, sendo dez públicos e quatro contratados. No total, somando com os leitos já existentes, o DF terá 382 leitos públicos de UTI Covid.
O Plano de Mobilização dos Leitos de UTI Covid do Distrito Federal foi divulgado nesta quarta-feira (30), em entrevista coletiva no Palácio do Buriti. Ele prevê a abertura de novos leitos de UTI Covid em sete fases, sendo a primeira no Hospital Regional de Samambaia (HRSam), que já mobilizou 20, de um total de 27 leitos de UTI Covid previstos para a unidade.
Os sete leitos de UTI restantes a serem ativados no HRSam entram na fase 2 de ativação, diferente da mobilização, que depende de contratação de RH para operar. Com a implantação da primeira fase de mobilização, o Hospital de Samambaia mudará o perfil de atendimento e passará a ter o pronto-socorro de clínica médica exclusivo para atender pacientes com Covid-19 no Distrito Federal.
“Faremos essa mobilização para atender a população do DF”, afirma o secretário de Saúde, Osnei Okumoto. O gestor destacou, durante a coletiva, que “havendo necessidade teremos mais leitos disponíveis para que não venha faltar para à população quando for preciso”.
O secretário demonstrou preocupação quanto à possibilidade de um aumento nos casos de Covid-19 devido às festas e confraternizações de final de ano. “Muitas pessoas foram às compras nos últimos dias. Esperamos que as medidas de segurança as quais alertamos à população sejam seguidas para que não tenhamos aumento da transmissão do coronavírus no DF”, alerta.
Fases da mobilização
Com a fase 1 implantada, a Secretaria de Saúde iniciou a conversão de 40 leitos de UTI do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) que converterá 40 leitos de UTI para tratamento da Covid-19 na fase 2 do plano de mobilização. A previsão é que em até 14 dias a unidade tenha os leitos convertidos para o perfil de tratamento da Covid-19. Esse período, de acordo com o Plano de Mobilização, é para o preparo e desocupação dos leitos que hoje estão ocupados atendendo pacientes de especialidades gerais não Covid-19.
De acordo com a Secretaria de Saúde, o início de cada fase dependerá da anterior, observando critérios como a taxa de ocupação dos leitos, média móvel de casos de Covid-19 e taxa de transmissão do coronavírus.
Os leitos pediátricos já estão disponíveis para uso quando forem necessários. Também ocorrerá a fase de ativação de 67 leitos de UTI Covid que dependem de contratação, como recursos humanos, por exemplo, no HRSam. Esses leitos estão localizados em quatro hospitais.
O secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Petrus Sanchez, destacou que “o plano foi acompanhado dentro da Comissão de Desmobilização e Remobilização de Leitos Covid-19”. Trata-se de um grupo formado por técnicos que avaliam o cenário epidemiológico da Covid-19 no DF e que trazem soluções para o enfrentamento da doença pela rede pública de saúde.
“Os dez primeiros leitos do HRSam que fazem parte da primeira fase da mobilização já entraram no portal Info Saúde-DF. Outros dez entrarão nas próximas horas, porém eles já estão disponíveis para ocupação”, explicou Petrus Sanchez. A última atualização, ocorrida às 14h10 desta quarta-feira, informava 162 leitos de UTI ainda não considerando os dez leitos que entrarão em seguida, conforme explicado pelo secretário-adjunto.
O gestor informou, ainda, que em janeiro de 2021 está previsto o início do funcionamento dos 60 leitos de enfermaria do Hospital de Campanha de Ceilândia, onde 20, posteriormente, serão convertidos para o perfil Covid-19.
Histórico
A primeira paciente diagnosticada com Covid-19 surgiu no dia 5 de março e o estado de calamidade pública foi decretado no dia 29 de junho de 2020, em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus. Neste dia, ocorreu a suspensão das cirurgias eletivas nos hospitais públicos do DF, o que não interferiu nas cirurgias de urgência, oncológicas, transplantes, cardiovasculares e aquelas judicializadas.
O período que abrangeu o mês de julho e a primeira quinzena de agosto foi de manutenção da elevação, platô, do número de casos confirmados de Covid-19 no DF, o que não foi coincidente, no período em questão, ao número de óbitos confirmados pela doença no DF, que mostrou uma ascensão gradativa e um pico bem perceptível na primeira quinzena de agosto, com queda sustentada do início da segunda quinzena em diante, conforme boletins informativos divulgados diariamente no site da Secretaria de Saúde.
Os dados apontam que o maior número de pacientes internados na pandemia foi registrado em 8 de agosto, quando 532 pacientes estavam em UTIs e UCIs. A Secretaria de Saúde chegou a mobilizar 761 leitos com suporte de ventilação mecânica, no entanto, foram disponibilizados 715, total que não chegou a ser utilizado.
Mobilização de UCIs e enfermarias
As UCIs são leitos com suporte de ventilação mecânica com estrutura semelhante à de uma UTI e atendem casos graves que precisam desse suporte. Hoje, a rede pública tem 104 UCIs funcionando em dez hospitais. Com a mobilização, o DF terá, ao todo, 160 leitos de UCI.
Os leitos de enfermaria Covid atendem a pacientes estáveis, não críticos, que não necessitam de cuidados intensivos. Atualmente, a rede conta com 130 leitos em quatro hospitais públicos. Com a mobilização, o total chegará a 331, porém, com a conversão de 20 leitos de enfermaria do Hospital de Campanha de Ceilândia para o perfil UTI, o DF terá 311 leitos de enfermaria.