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Contrários ao ‘Mais’, médicos decidem jogar Dilma na UTI

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O descontentamento com o programa Mais Médicos, uma das bandeiras da presidente Dilma Rousseff, já levou associações médicas, conselhos de medicina e estudantes de dez Estados a declararem apoio ao candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. No caso dos conselhos, que têm delegação pública, o apoio, revela o jornal O  é indireto e se dá por meio de críticas ao “descaso” com a saúde.Estado de S.Paulo,

No sábado, 18, Dia do Médico, profissionais de Pernambuco farão um “adesivaço” no comitê de Aécio, no Recife. “Vamos mostrar que a gente quer Aécio”, diz postagem na página #ForaDilma, criada por profissionais ligados ao Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e curtida por 14 mil pessoas.

“Vamos sair às ruas e mostrar indignação com o atual governo que tanto aviltou a classe médica.” O vice-presidente Tadeu Calheiros disse que, ao criar o Mais Médicos, a presidente “desrespeitou a classe”.

Um grupo de médicos de Feira de Santana, na Bahia, liderado pelo médico e escritor Eduardo Leite, lançou o movimento “Feira Apoia Aécio”, num evento com participação do prefeito José Ronaldo (DEM) e de Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), prefeito de Salvador.

No Rio Grande do Norte, um grupo de médicos resolveu bancar do próprio bolso material de campanha pró-Aécio. Profissionais de Caicó, no interior do Estado, postaram fotos e o número do candidato em seus perfis pessoais e profissionais.

A Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) reafirmou a adesão a Aécio, que já havia sido assumida ainda no 1.º turno.

Em São Paulo, o Conselho Regional de Medicina (Cremesp) vai lançar na próxima semana o resultado de uma pesquisa feita na capital cujo objetivo é mostrar que nem os protocolos mínimos definidos pelo Mais Médicos estão sendo cumpridos.

A pesquisa ouviu quase cem intercambistas em 75 unidades de saúde. De acordo com o presidente João Ladislau Rosa, a principal constatação é de que a maioria dos médicos faz atendimento sem supervisão, o que é irregular. “O estudo será mostrado, não com objetivo eleitoral, mas para alertar a sociedade”, disse.

O presidente do CRM do Rio Grande do Sul, Fernando Matos, usou a página do órgão na internet para afirmar que a política federal “menospreza o médico” e publicar frases como “não se deixe enganar” e “você pode mudar tudo isso”. Ao final, conclama: “Nossa resposta deve ocorrer nas urnas”. À reportagem, Matos atacou o programa Mais Médicos e disse que a posição da diretoria é “contra a continuidade dessa política”.

No Pará, estudantes de medicina de três instituições – Universidade Federal do Pará, Universidade Estadual do Pará e Centro Universitário do Estado do Pará – declararam nesta terça-feira, 14, apoio a Aécio e à reeleição do governador Simão Jatene, também do PSDB, e se manifestaram contra o Mais Médicos. “Eles tratam os médicos como responsáveis pelo descaso na saúde” afirmou o estudante Igor Vinagre.

Em Fortaleza, cerca de 70 estudantes do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza ocuparam com faixas uma avenida da cidade para protestar contra o Mais Médicos e o “abandono da saúde”. No evento, foram distribuídos adesivos de Aécio.

Em Uberaba (MG), alunos de Medicina convidados a dar palestra sobre prevenção do câncer de mama numa unidade do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), semana passada, compareceram usando pins de Aécio e exibiram na tela de projeção foto com nome e número do candidato. A prefeitura abriu sindicância para apurar o caso. De acordo com a controladoria municipal, a lei proíbe propaganda eleitoral no interior de órgãos públicos.

No domingo passado, em São Paulo, Aécio afirmou que vai manter o Mais Médicos, mas não pretende “financiar a ditadura cubana com ele, como ocorre hoje”. Em entrevista no dia 5 de agosto, Aécio disse que o programa era uma solução “paliativa” . “O que pretendo é que não haja mais necessidade de médicos estrangeiros no Brasil.”

Já a presidente Dilma promete incrementar o programa Mais Médicos, lançado em julho de 2013, incluindo especialistas para atender a população nos casos mais complexos e ainda garantir acesso a exames de laboratório.

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