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Ou chove logo, ou São Paulo fica sem água em novembro

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A presidente da Sabesp, Dilma Pena, afirmou nesta quarta-feira (15), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Vereadores de São Paulo que estuda o contrato entre a prefeitura e a companhia, que, se não chover nos próximos dias, a capital paulista ficará sem água em novembro.

“Temos uma disponibilidade suficiente para atender a população nesse regime de chuvas até meados de novembro”, respondeu Dilma, após ser questionada várias vezes pelos vereadores sobre a situação do abastecimento na cidade.
Apesar de reconhecer a possibilidade de falta de água, a presidente explicou que a Sabesp está realizando obras para utilizar o chamado “segundo volume morto”, o que poderá aumentar o nível do Sistema Cantareira em até 12%.
“Temos uma obra já licenciada, em fase de finalização, para disponibilizar 106 milhões de metros cúbicos para o Cantareira. A população da cidade de São Paulo e da Região Metropolitana, inclusive de Campinas, poderá contar com essa água”, acrescentou Dilma.
De acordo com a líder da estatal, a existência de uma decisão judicial proibindo a utilização do segundo volume morto não será problema. Na semana passada, o juiz federal Miguel Florestano Neto emitiu uma liminar proibindo o uso da reserva, a não ser que a companhia apresente estudos técnicos comprovando a impossibilidade de cumprir a decisão.
“Tem uma liminar dada pelo juiz do Ministério Público, creio que com a melhor das intenções, que coloca algumas condicionalidades. No primeiro parágrafo diz que não se pode usar, mas depois há uma relativização, [afirma que] se for justificado o uso, que seja com parcimônia. E faremos dessa maneira. O Estado e as instituições competentes estão resolvendo isso com o juiz”, explicou.
Na opinião do promotor José Eduardo Ismael Lutti, as ações adotadas pela companhia não são suficientes para garantir o abastecimento na capital paulista.
“O que fica claro, depois de ouvir declarações de funcionários da Sabesp, é que a Sabesp não planeja o bastante para garantir a segurança hídrica em qualquer tipo de cenário, a não ser acreditando que as chuvas virão normalmente. A esperança por parte da companhia é a de adesão das pessoas ao bônus, e não um planejamento do recurso hídrico com segurança”, criticou Lutti.
O relator da CPI, Nelo Rodolfo (PMDB), concorda com o promotor: “Não houve da Sabesp planejamento para que essa crise fosse evitada”.
Dilma, que está prestando esclarecimentos pela segunda vez à CPI, disse que o abastecimento de água na grande São Paulo passa por uma “uma crise grave”, mas ressaltou que a responsabilidade não é apenas da companhia.
“Este problema eu divido com a diretoria colegiada da Sabesp, com os nossos superintendentes, que estão trabalhando de 12 a 18 horas ininterruptas por dia, com o governo de administração, com o governo do Estado de São Paulo e com a sociedade paulista”, declarou a executiva quando indagada pelo presidente da CPI, Laércio Benko (PHS), se ela dividia a responsabilidade com o governador reeleito, Geraldo Alckmin (PSDB).
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