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Lembrando Einstein

Memória é realidade que queremos abandonar

Publicado

Autor/Imagem:
Silvia Malamud

Existe uma frase célebre do Einstein, na qual ele diz: “Toda memória é um acesso a outra realidade”. Este ainda não seria o caso das tais Memórias Extracerebrais.

A MEC ou Memória Extracerebral diz respeito às memórias que não se encontram “contidas” no cérebro e que muitas vezes são confundidas com meros devaneios ou imaginação.

Nas crianças, por volta de dois e três anos de idade, parece que essas memórias têm a facilidade de surgirem de modo bastante espontâneo e rápido.

Ao que parece também, este tipo de acesso costuma fechar suas portas por volta dos sete anos de idade. No universo dos adultos, portanto, o contato com este padrão de lembrança fica praticamente impossível de acontecer. Talvez tenhamos passado por uma espécie de adestramento que nos levou ao esquecimento.

O que se julga bizarro em termos de percepção de realidade não tem espaço de ser concebido, visto, sentido ou lembrado. Ainda assim, tudo indica que as nossas máquinas biológicas insistem em funcionar de modo bem mais amplo do que o aprisionamento perceptivo que nós nos impusemos. Como consequência, para os adultos, alguns escapes dessas Memórias Extracerebrais por vezes escapam das clausuras impostas e costumam dar seus recados através dos conhecidos sonhos incomuns.

Por outro lado, histórias diferentes e absolutamente incríveis é o que não falta na faixa etária onde não existem fronteiras para o recebimento dessas amplas memórias. Outros exemplos dessa ordem ocorrem em algumas experiências de quase morte. Nas EQM (Experiências de Quase Morte), as lembranças também não são confirmadas como realidades reais, mas o interessante é que acabam funcionando como tais a ponto de mudar a vida das pessoas que passaram por tais vivências. Alguns sonhos incomuns também trazem este tipo de transformação.

A Memória Extracerebral, portanto, é uma lembrança diferente da rede de memória reconhecida como tal pelo cérebro. Às vezes não vem de modo linear e nem com a lógica que frequentemente utilizamos em estado de vigília. Nas práticas de reprocessamento cerebral de terapia, por exemplo, não são poucas as vezes que este tipo de memória surge na função de liberar algum conteúdo emocional embutido e também para que uma reflexão maior somada à solução dos conflitos ocorra.

Apesar de que as nossas identidades são construídas através das nossas memórias, nada impede da pessoa estar vivendo com uma identidade construída por meio de memórias falsas, com histórias que contam sobre ela mesma e que ela passa a acreditar como sendo verdade, inclusive criando lembranças falsas e acreditando nelas. Afinal, tudo é percepção!

Nas Memórias Extracerebrais, apesar de não termos um passado nem linear e nem palpável em relação a elas, os acessos e as lembranças são cenários que não deixam de ser percepções de outras realidades.

O que vale é o que faremos com os materiais acessados, e independente de como eles possam chegar até nós é preciso estar com os pés no chão para que se for o caso, atentamente possamos saber tirar proveito das situações, mesmo das menos comuns.

E para o que podemos conceber, perceber, captar, sentir e ver como realidades, sempre vale o mantra: Quanto mais despertos, melhor!

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