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Sonhando com o caos

Capitão acena com tropas, general pensa diferente

Publicado

Autor/Imagem:
Mário Camargo

O clima entre o presidente da República parece não ser dos mais amistosos desde as mudanças radicais impostas no Ministério da Defesa. Um dessenho dessa situação foi feito nesta sexta, 23. Enquanto Jair Bolsonaro alertava que colocaria as tropas nas ruas em caso de problemas provocados pelo isolamento social determinado por governadores, o novo comandante do Exército,  general Paulo Sérgio Nogueira, disse queacima de tudo está a Constituição, e não juma vontade pessoal.

Em entrevista em Manaus, Amazonas, Bolsonaro afirmou que os militares estão prontos para ir às ruas para garantir a ordem no país caso a política de medidas restritivas adotadas por prefeitos e governadores contra a Covid-19 promova o que chamou de “caos”. Falando à “TV Crítica”, do Amazonas, afiliada da T Record, reconhecidamente de linha bolsonarista, o presidente afirmou que, se preciso, o Exército será convocado para “restabelecer todo o artigo 5º da Constituição”, que faz referência aos direitos individuais da população, como o de ir e vir ou a liberdade religiosa.

Na visão de Bolsonaro, as medidas que promovem o distanciamento social, como o fechamento do comércio, estariam descumprindo a Constituição, que garante as liberdades para o cidadão. O Supremo Tribunal Federal (STF) deu o aval, desde abril do ano passado, para que governantes locais adotassem medidas restritivas durante a pandemia.

Mas, o novo comandante do Exército, em vídeo distribuído nos quartéis, afirmou, não necessariamente em resposta à fala presidencial, que a instituição que ele dirige segue o vetor da estabilidade. Foi a primeira manifestação pública do general Paulo Sérgio Nogueira desde que assumiu o posto.

Bolsonaro, porém, joga em outro campo: “O nosso Exército, se precisar, iremos para as ruas não para manter o povo dentro de casa mas pare restabelecer todo o artigo 5 da Constituição. E se eu decretar isso vai ser cumprido esse decreto. As Forças Armadas podem ir para a rua sim. para fazer valer o artigo 5, direito de ir e vir, direito ao trabalho, liberdade religiosa, de culto, para cumprir tudo aquilo que está sendo descumprido por parte de alguns governadores, prefeitos”, afirmou.

Em 12 de abril, nas suas redes sociais, o presidente já tinha feito uma referência ao que chama de “caos”. Na ocasião, afirmou que “cada vez mais a população está ficando sem emprego, renda e meios de sobrevivência… O caos bate na porta dos brasileiros. Pergunte o que cada um de nós poderá fazer pelo Brasil e sua liberdade e… prepare-se”.

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