Tempos estranhos
Vírus da imoralidade atinge o Brasil em cheio
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emVacina, sinônimo de esperança. No contexto da pandemia, é preciso criar uma vacina contra um vírus mais letal que o coronavírus, que provoca a Covid, uma doença infecciosa que causa problema respiratório agudo e tem matado milhões de pessoas no Brasil e no mundo.
Trata-se do vírus da imoralidade administrativa, que parece ter infectado algumas esferas do poder. Faz lembrar uma passagem bíblica onde os escribas e fariseus trouxeram uma mulher apanhada em adultério, puseram-na no meio de todos e disseram a Jesus:
“Mestre, esta mulher tem sido apanhada em flagrante adultério. Moisés nos ordenou na Lei que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes?’
Isto diziam, experimentando-o, para ter de que o acusar. Jesus, porém, abaixando-se, começou a escrever no chão com o dedo.
Como eles insistissem na pergunta, levantou-se e disse-lhes:
‘Aquele que dentre vós está sem pecado, seja o primeiro que lhe atire uma pedra’.
Tornando a abaixar-se, continuou a escrever no chão. Mas ouvindo esta resposta, foram saindo um a um, começando pelos mais velhos, ficando só Jesus e a mulher no lugar em que estava.
Então levantando-se Jesus, perguntou-lhe: ‘Mulher, onde estão eles? ninguém te condenou?’ Respondeu ela: ‘Ninguém, Senhor.’ Disse Jesus: ‘Nem eu tampouco te condeno; vai, e não peques mais’.”
A passagem bíblica traz profundas reflexões e ficamos imaginando se ela seria aplicada aos Poderes da República – o Poder que estiver sem pecado que atire a primeira pedra e não seremos nós que condenaremos isso, pois nosso papel é divulgar os fatos, ou, como diz um dos relatórios da Comissão Interamericana de Direitos Humanos:
“[…]vozes silenciadas não denunciam violações de direitos, não vigiam os governos, não conclamam mais e melhores políticas públicas, não estimulam a boa governança.”
A equipe de jornalismo de Notibras sempre parte da premissa do Nazareno que todos aqui, somos pecadores e não estamos isentos do pecado e nem vivemos em santidade, e sim lutando por liberdade de expressão, por liberdade de imprensa e pluralidade de informação, por respeito à cidadania, à democracia participativa e direta e a permanente vigilância contra as tentativas de cercear o Estado Democrático e de Direito.
A nossa luta é a luta de todos, que querem transformar regimes de força, em Regimes de Direito, concretizando os princípios que dão sentido e validade à nossa forma de governo, à nossa República.
Não é com ligações de “pseudo jornalista” que se apresenta como assessor de comunicação de tribunal e de desembargador que nos intimidaremos e nem deixaremos de investigar e publicar nossas matérias e reportagens. Notibras não pode definir o que seja a verdade, pois toda verdade tem muitos significados. Mas podemos conhecer a mentira, porque cada um conhece a intenção de mentir.
O Brasil vive, como o disse o ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, “tempos estranhos, tempos muito estranhos, em que se nota a perda de parâmetros, o abandono a princípios, o dito passando por não dito, o certo por errado, e vice-versa.”
Realmente, são tempos estranhos, tempos muito estranhos”.