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15 milhões na rua

Brasil tem um Portugal e meio sem empregos

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

O Brasil acaba de bater todos os recordes de desemprego. Quase 15% da população economicamente ativa está batendo as pernas por aí, em busca de uma colocação no mercado de trabalho. São 14 milhões e 800 mil desempregados. Para se ter uma ideia, esse número corresponde a uma vez e meia a população de Portugal, que tem pouco mais de 10 milhões de habitantes.

No primeiro trimestre a taxa de desemprego ficou em 14,7% e atingiu 14,8 milhões de pessoas, informou o IBGE nesta quinta, 27. É a maior taxa e o maior contingente de desocupados de todos os trimestres da série histórica, iniciada em 2012.

Segundo os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), a taxa de desocupação de 14,7% representou uma alta de 0,8 ponto percentual na comparação com o último trimestre de 2020 (13,9%). Isso corresponde a mais 880 mil pessoas desempregadas.

“Esse aumento da população desocupada é um efeito sazonal esperado. As taxas de desocupação costumam aumentar no início de cada ano, tendo em vista o processo de dispensa de pessoas que foram contratadas no fim do ano anterior. Com a dispensa nos primeiros meses do ano, elas tendem a voltar a pressionar o mercado de trabalho”, diz a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

A analista diz ainda que o número de ocupados (85,7 milhões) ficou estatisticamente estável na comparação com o último trimestre do ano passado. Mas o nível de ocupação (48,4%) reduziu 0,5 ponto percentual. Desde o trimestre encerrado em maio do ano passado, o nível de ocupação está abaixo de 50%, o que indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.

“Essa redução do nível de ocupação está sendo influenciada pela retração da ocupação ao longo do ano passado, quando muitas pessoas perderam trabalho. Em um ano, na comparação com o primeiro trimestre de 2020, a população ocupada reduziu em 6,6 milhões de pessoas”, comentou Adriana Beringuy, observando que os impactos da pandemia só ficaram visíveis no mercado de trabalho no final de março daquele ano.

Cada um por si
A maioria dos indicadores ficou estável no primeiro trimestre deste ano. O único aumento na ocupação ocorreu entre os trabalhadores por conta própria (23,8 milhões), que cresceram 2,4% ou 565 mil postos de trabalho a mais.

Houve redução dos empregados do setor privado sem carteira assinada (9,7 milhões), um recuo de 2,9% com menos 294 mil pessoas. Também diminuíram os empregados do setor público sem carteira (1,9 milhão), uma queda de 17,1% ou menos 395 mil.

Já os trabalhadores do setor privado com carteira assinada ficaram estáveis (29,6 milhões). Na comparação anual, contudo, houve uma redução de 10,7% ou menos 3,5 milhões de pessoas.

Os trabalhadores domésticos foram estimados em 4,9 milhões de pessoas no primeiro trimestre deste ano. Frente ao mesmo trimestre do ano anterior, essa categoria reduziu em 1 milhão de pessoas.

Informalidade estável
A taxa de informalidade foi de 39,6% no primeiro trimestre deste ano, o que equivale a 34 milhões de pessoas, ficando estável em relação ao trimestre anterior (39,5%). Os informais são os trabalhadores sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração.

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