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Dói no bolso

Inflação arrocha mais grupo de baixa renda

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Autor/Imagem:
Carolina Paiva, Edição

A inflação voltou a pressionar o orçamento das famílias no Brasil, em especial as de menor poder aquisitivo. Dados do IBGE indicam que a alta de preços atinge de maneira diferente ricos e pobres.

Desde que a pandemia do novo coronavírus começou, em março do ano passado, a inflação oficial acumulada medida pelo IPCA foi de 7,39%. Para as famílias com renda de até cinco salários mínimos, porém, o índice foi de 8,57%.

No início da pandemia, os índices chegaram a registrar deflação nos meses de abril e maio de 2020, em meio à retração da atividade econômica e à onda de bloqueios em todo o País. Mas nos meses seguintes os indicadores voltaram a subir, puxados por questões específicas.

O primeiro grande choque foi a alta do preço dos alimentos. Base da alimentação do brasileiro, o arroz disparou 76% no ano passado e o feijão preto subiu 45%. A alimentação em domicílio ficou 18% mais cara.

O que os economistas veem nos números, a população em geral sente no bolso. Morador de Santa Maria, o pintor Valdo Rocha, de 47 anos, diz que deixou de comprar carne no último ano por causa do preço do produto. “Não sei nem te falar a frequência com que como carne. Compro de vez em quando só para não esquecer o gosto”, disse.

Rocha, que tem renda mensal de cerca de R$ 2 mil, reclama também do preço do gás de cozinha e diz que vem deixando de comprar outros itens por conta da alta de preços. “Hoje em dia está tudo um absurdo.”

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