Abre o olho, Bolsonaro
Pacheco diz que tanque, soldado e cabo não intimidam Congresso
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emO presidente do Congressos Nacional, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), mandou um aviso curto e grosso ao Palácio do Planalto nesta terça, 10: o Legislativo não se intimidará com bravatas. Foi uma resposta ao insensato desfile de carros de combate das Forças Armadas pela manhã, a pretexto de convidar o presidente Jair Bolsonaro a assistir a uma operação de treinamento que será realizada em Formosa, Goiás, cidade distante cerca de 80 quilômetros de Brasília.
A iniciativa do Comando da Marinha, que contou com as presenças dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, além do ministro da Defesa e do próprio Bolsonaro, provocou reação até de aliados do governo. Muita gente viu nesse gesto uma espécie de intimidação aos parlamentares, horas antes da votação da emenda que prevê a volta do voto impresso.
Segundo Pacheco, o Congresso Nacional não vai se submeter a “arroubos, a bravatas, a ações que definitivamente não calham no estado democrático de direito.” Em tom duro, o chefe do Legislativo disse que “essa manifestação de desfiles de tanques das Forças Armadas em Brasília, em que muitos senadores apontaram como algo que seria indevido, inoportuno, um tanto aleatório, devo reafirmar o nosso compromisso com a democracia e absolutamente nada ou ninguém haverá de intimidar as prerrogativas do parlamento.
O senador continuou: “Não que eu interprete isso [desfile militar] como algo seja consistente de intimidação ao parlamento. Tampouco acredito que haja algum risco neste sentido. Mas, temos que afirmar e reafirmar sempre essa nossa responsabilidade cívica com a obediência à Constituição Federal”.
Para Rodrigo Pacheco, “sem supervalorizar aquilo que não deve ser valorizado, mas absolutamente atentos a todas as manifestações que possam constituir algum tipo de constrangimento, ou de intimidação ao Congresso Nacional, estaremos sempre prontos, todos nós, prontos a reagir a arroubos, a bravatas, a ações que definitivamente não calham no estado democrático de direito”.