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Não enche

Brasileiros lá fora esperam novo dia apesar de Bolsonaro

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Autor/Imagem:
Smarth Pherson Rhead - Especial para Notibras/Foto de arquivo

O presidente Jair Bolsonaro costuma se dirigir ao povo, ou melhor, ao “seu povo”; ao “seu exército” com impropérios contra os que estão longe do cercadinho. É é esse cavalo árabe, e não o gado que caminha para o curral, que reage com um “me larga, não enche!”.

Para os não-bolsonaristas, grande maioria da população, representados até na extrema-direita, o povo real avalia que Bolsonaro não entende nada e que será ele, povão, que o fará entender.

Esse é o extrato da população que sofre com o preço absurdo da gasolina, da comida que é preciso colocar na panela e levar à mesa das famílias… e que continua a ver parentes e amigos morrendo vítimas da Covid.

Esse povo brasileiro “do lado de cá”, fala para o povo do lado de lá – e para o próprio Bolsonaro: “Vá trabalhar, presidente!”.

Aqui de Miami, onde minha carrocinha de hot dog também vende um hambúrguer mais saboroso do que aquele que Eduardo diz saber fazer, sofro ao saber que aí são 15 milhões de desempregados, 19 milhões de famintos, população de rua crescendo, famílias inteiras sem emprego, sem saúde.

Bolsonaro, é a informação que nos chega, nada faz, além dos seus arroubos autoritários, sinalizando com retrocesso. Enquanto isso a saúde pública, um caos, piora em meio a negociatas malandras com o dinheiro público.

O presidente (aqui temos canal da Globonews) se presta a ataques às instituições e a todos que se opõem ao seu modo de governar.

O que vemos é que a máscara de paladino caiu. O governo bolsonarista superou o “toma lá, dá cá” dos seus antecessores para se tornar o “toma lá, toma lá” do centrão vagaba e vampiro de sempre.

Seu velho esquema desmorona. Desta vez pra valer. O povo brasileiro repete um “me deixa viver, presidente!; vai trabalhar”, que ecoa aqui, em nós, naturalizados americanos, sem medo de ser feliz.

Ouço dos meus clientes (são tantos, que chega a ter fila) que ninguém é dono da verdade. E que, apesar de Bolsonaro, amanhã há de ser outro dia.

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