Resgatando velhos rumos
Eleição de Moro vira dilema de derrocada ou sucesso do Brasil
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emEspelho meu, espelho meu, há presidente mais nefasto do que eu? Existe sim, Trump boy, é o Sergio Moro, o Biden boy. Como todos já sabemos, e com abundância de detalhes, o mundo ocidental, desde 1989, é dirigido pelas finanças, onde os capitais marginais (das drogas, dos contrabandos, da corrupção, da prostituição e outros atos contrários à humanidade) têm expressiva participação.
Também, os melhores informados sabem que a “crise” de 2008/2010 não acabou. A quantidade de papéis, derivativos, que circula pelo mundo é oito ou mais vezes superior ao produto bruto mundial (em 2020, PBM=US$ 85 trilhões). Isto significa que todos os ativos reais não cobrem o que se especula em bolsas de valores e de mercadorias; a soma dos ativos financeiros com os derivativos deve estar próxima a 13 PBM’s. Logo esta nova crise somente espera decisão dos bancos de receberem, e em que volume, nova injeção de recursos dos tesouros nacionais ou de recursos ainda sob o controle do estado, com nova onda de privatizações.
Por conseguinte, sob mais uma farsa, outro argumento fraudulento, o Brasil fará, forçado pelos capitais apátridas residentes nos paraísos fiscais, outro programa de transferências de tributos e privatizações para o sistema financeiro.
E a imprensa que adotou a candidatura Moro, imposta pelas finanças e com o aval dos seus executores dos Estados Unidos da América, já inicia o preparo psicológico da população para a entrega a estes capitais do que restar do petróleo brasileiro e da tecnologia que só a Petrobrás dispõe, dos sistemas de produção, transmissão e distribuição de energia elétrica, hídrica e nuclear, coordenado e operado pela Eletrobrás, e de aquíferos e outros recursos hídricos que vão ficando a cada dia mais valiosos e deles dependente toda a população do planeta.
Mas sem esta clareza. Certamente o primeiro passo será culpar os pobres, os que nada têm, por romperem o Teto de Gastos. Não ria, caro leitor. Você está, desde agora, sendo preparado para ter esta compreensão: não são as fraudes bilionárias praticadas pelas finanças, como os depósitos voluntários das instituições financeiras mediante polpudas remunerações, mas os ridículos 200 reais por alguns meses, para minimizar a fome, que estarão obrigando a venda das empresas estatais promotoras do desenvolvimento brasileiro ou da sua integração, como os Correios.
Veja-se a manchete do caderno “mercado”, da Folha de S.Paulo, segunda-feira, 29 de novembro de 2021: “Próximo presidente enfrentará maior risco desde o Plano Real”, com subtítulo “Embora candidatos defendam arrumar contas públicas, dificuldade política e social pode levar a grave crise”.
Façamos breve análise deste conteúdo. Os Estados Nacionais têm duas fontes de receitas: os tributos e os resultados dos empreendimentos onde o Estado participa como investidor direto, ou seja, possui ações. No caso do BNDES, o Estado receberia parte do lucro da instituição, que é uma empresa pública, e de capital fechado, no caso da Petrobrás, uma empresa de capitais públicos e privados, a parcela do lucro distribuída aos acionistas, pois o Estado também o é.
Mas o Estado, diferentemente dos particulares – daí uma das incomensuráveis sandices dos Carlos Alberto Sardenberg (1947, São Paulo (SP)), Miriam Leitão (1953, Caratinga (MG)), e outros “comentaristas” (sic) que dizem que administrar um País é como administrar uma casa – o Estado, repito, pode emitir dinheiro.
Para que se tenha uma ideia do que isto pode significar, os EUA são o país com a maior dívida do mundo. A eles se seguem, por ordem de endividamento, o Reino Unido, a França, a Alemanha e os Países Baixos. Ou seja, todas as nações mais poderosas do mundo acumulam dívidas para continuarem sendo as nações mais ricas e poderosas. Enquanto a dívida per capita brasileira, em 2017, era US$ 3.200, a da Suíça era US$ 213.100, da Noruega US$ 117.000 e de Luxemburgo US$ 6.968.000, todas no mesmo ano (CEIC Data e FMI).
Só aqui, neste país onde as elites nos cobrem de farsas e fraudes, a começar pelas da comunicação, pela pedagogia colonial, é que se admite um Teto de Gastos. Verifique se de Alexandre Hamilton a Janet Yellen, atual e primeira mulher a ocupar a Secretaria do Tesouro estadunidense, algum se preocupou com tetos de gastos. Se houvesse este colonizado secretário, os EUA continuariam pertencendo ao Reino Unido.
Lá foi o Estado, financiando, construindo, subvencionando, sustentando empreendimentos com impostos, e operando empresas que erigiram a poderosa nação e uma classe industrial que avançou pelo mundo, criando mercado, transferindo operações e colonizando setores econômicos. E com lisura? Nenhuma, ou estes empresários não seriam denominados robber barons (barões ladrões) por controlar recursos nacionais; acumular altos níveis de influência no governo; pagar salários extremamente baixos; esmagar a concorrência através da aquisição de rivais, criar monopólios para aumentar os preços e arquitetar esquemas para vender ações a preços inflacionados para investidores desavisados até acabar por destruir a empresa para a qual o estoque de ações foi emitido, causando o empobrecimento de investidores e enriquecimentos dos barões.
E o boletim Focus, aquela publicação de cerca de 100 empregados do sistema financeiro (bancos, corretoras, administradoras) que “busca influenciar” as decisões governamentais para seu máximo ganho, já aumenta a inflação do próximo ano (2022) de 4,55%, há trinta dias, para os atuais 5%. Promovendo o arrocho nas despesas com a população (saúde, educação, transporte, habitação) e ampliando aquelas com o sistema financeiro (juros e amortização da dívida) e justificando também elevação das taxas de juros.
Estão abertas as condições para as transferências dos recursos do tesouro nacional e a privatização do país, no que colaborarão a corrupção (afinal é o mestre nela que dirige o País) e a desburocratização (que nem mesmo os parlamentares e magistrados sabem corretamente o que é).
Mas é preciso garantir a urna eletrônica sem impressão de voto; uma vitória da CIA, da Secretaria de Justiça dos EUA, da antiga ABIN, hoje, GSI, do general Heleno, que encontrou alguma oposição nas Forças Armadas (FA).
Então se cria o núcleo militar do Moro. Já temos o general homem de partido, Carlos Alberto Santos Cruz, filiado ao Podemos (We can), já pensando no lugar do colega de farda Hamilton Martins Mourão.
Mas entre militares de pijama e fardados já se juntaram: Ítalo Fortes Avena, Paulo Chagas, Santa Rosa, Lauro Pires da Silva, Marco Aurélio Costa Vieira, Otávio Rego Barros, Guilherme Theophilo, o coronel Walter Felix Cardoso e o capitão de mar e guerra Álvaro José Teles Pacheco. Uma pergunta está no ar: são estes entreguistas os filhos de Caxias? Nenhum destes entendeu a importância da Petrobrás, da Eletrobrás, da Itaipu Binacional, da Nuclebrás, dos Correios, da Embraer, da empresa nacional de informática: hardware e software, da navegação nacional de cabotagem (oh! Comandantes)? E nem estamos incluindo a indispensável participação do Estado para a saúde (CEME, do Presidente Médici), para educação (Projeto Rondon, do Presidente Costa e Silva), para habitação (BNH, do Presidente Castelo Branco), para a assistência e previdência social e para cultura (Ministério da Previdência e Assistência Social e Funarte, do Presidente Geisel).
O que será do Brasil entregue a tais dirigentes se não tiverem qualquer interesse na Pátria onde nasceram?