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Vai encarar, Bolsonaro?

Petroleiro avisa que Petrobras não será vendida nem a tapa

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Autor/Imagem:
Mário Camargo, edição, com Pátria Latina - Foto Reprodução

Finalizadas esta semana, as assembleias convocadas pela Federação Única dos Petroleiros e seus sindicatos confirmaram o indicativo encaminhado à categoria de deflagração de greve nacional, caso o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados no Congresso Nacional insistam no projeto de privatização da Petrobras.

De norte a sul do país, as assembleias aprovaram Estado Nacional de Greve. Os petroleiros estão desde já em alerta contra qualquer movimentação do governo federal de dar andamento ao projeto de lei que autoriza a União a entregar ao mercado financeiro as ações da Petrobras que ainda restam sob o controle do Estado.

A movimentação da categoria serve de aviso curto e grosso a Bolsonaro. Ultimamente, o presidente tem declarado em diferentes ocasiões que o projeto está sendo construído em parceria com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara dos Deputados e um dos líderes do Centrão Arthur Lira.

“Eles que não tenham a audácia e a ousadia de levarem esse projeto adiante, pois irão enfrentar a maior greve da história da categoria petroleira. Não permitiremos que a Petrobras seja retirada das mãos do povo brasileiro”, avisa o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, alertando sobre os prejuízos que a população já vem amargando em função do desmonte da empresa. “A Petrobras está sendo esquartejada e, enquanto isso, o povo ainda paga preços exorbitantes pelos combustíveis”, afirma.

Bacelar chama a atenção para os efeitos da recente privatização da primeira refinaria da Petrobras, a Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, que foi entregue ao fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão, praticamente metade do valor de mercado estimado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). Após a venda, a nova controladora da unidade suspendeu o fornecimento de óleo bunker para as embarcações marítimas da região.

Também em 2021, foram assinados os contratos para venda da Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), no Amazonas, e da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, ambos os processos com valores subestimados e cercados por denúncias de irregularidades. “Vamos responder à altura qualquer tentativa de privatização da Petrobras e continuaremos fazendo de tudo para proteger os ativos que ainda pertencem à estatal”, comenta o coordenador da FUP.

Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que, de março de 2015 a novembro de 2021, a Petrobras se desfez de 78 ativos, dos quais 70 no Brasil e oito no exterior, sendo que 76% da privatatização ocorreu no governo Bolsonaro, que arrecadou um total de R$ 152 bilhões, com a entrega do patrimônio da estatal.

O Dieese explica que no governo de Michel Temer, a Petrobrás vendeu 15 ativos por R$ 100 bilhões. Já no governo de Dilma Rousseff, a empresa se desfez de quatro ativos, por R$ 9 bilhões. “Esses dados refletem a disposição do atual governo de destruir a Petrobrás, patrimônio dos brasileiros, a preço de banana”, lamenta o coordenador da FUP.

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