Hospitais públicos estão sem internet e medicamentos básicos
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emHospitais públicos do Distrito Federal estão sem acesso à internet desde o fim de semana. A Secretaria de Saúde não renovou o contrato com a empresa de informática. Com o corte, os médicos estão impossibilitados de acessar prontuários, históricos médicos, atualizações de pacientes em UTI e sites externos. As informações são da TV Globo.
“O registro do atendimento eletrônico está deficiente, voltamos a fazer o prontuário manual. O médico não tem como resgatar as informações anteriores, o histórico do paciente, e isso compromete o atendimento”, diz o presidente do Sindicato dos Médicos do DF, Gutemberg Fialho.
Em nota, a Secretaria de Saúde “reconhece que possui pagamento em atraso junto à empresa Oi e destaca que está em constante negociação com a prestadora de serviço”. Segundo a pasta, os hospitais não foram afetados pelo corte.
A queda do sistema dificulta o controle dos leitos de UTI. A faturista Janaína de Menezes tenta transferir o filho Gustavo, de dois meses, para um leito de tratamento intensivo, mas não consegue vaga. O bebê nasceu com uma má-formação respiratória e foi internado na sexta-feira (7) no Hospital Regional do Gama. Desde então, já teve cinco paradas respiratórias.
“Nós ligamos em hospitais particulares, e disseram que existe vaga. Fomos ao Ministério Público duas vezes. Quando falamos que é para o SUS, a UTI some”, diz Janaína. Segundo a Secretaria de Saúde, todos os leitos de UTI estão ocupados.
Remédios em falta
A lista de medicamentos fora de estoque na rede pública também preocupa. Os médicos denunciam a falta de medicamentos simples como a dipirona injetável, utilizada para o controle da dor e da febre, e de anti-inflamatórios.
A empregada doméstica Marlene Galdino, 65 anos, tem um câncer nos ossos e precisa tomar o medicamento Faslodex mensalmente. Desde agosto, o remédio está em falta na rede pública. “O remédio custa R$ 2,4 mil, onde eu vou conseguir esse dinheiro? É desumano, muito desumano”, diz Marlene.
A secretaria informou que já comprou a dipirona injetável e o Faslodex, mas os produtos ainda não foram entregues.
Na semana passada, pacientes que faziam tratamento contra o câncer de próstata também reclamavam da falta de medicamentos conhecidos pelos nomes comerciais Casodex e Zolodex. A pasta também afirmou que os remédios já tinham sido comprados e que aguardava a entrega dos produtos.