Passando o rodo
Justiça brasileira, convenhamos, tarda e falha
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emOs ditadores de toga vão, de forma homeopática e sorrateira, tentando ludibriar a atenção da sociedade sobre sua ação deliberada e libertadora em prol da criminalidade.
No ato mais recente, tanto inaceitável quanto previsível, foram beneficiados com mais um arquivamento Renan Calheiros e Jáder Barbalho, acusados de receber propina para a construção da hidrelétrica de Belo Monte.
Perdoem a minha malícia por desconfiar da integridade do ilibado relator do processo, Edson Fachin, que determinou o arquivamento parcial do inquérito, beneficiando apenas esses dois investigados, no que foi acompanhado, até agora, pelos justiceiros Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes Carmen Lúcia e Rosa Weber.
Com mais essa “colher de chá”, “santo Renan”, salvador dos direitos políticos de Dilma, que acumula quase três dezenas de processos no STF, soma mais de uma dezena deles arquivados, nos quais foi acusado de peculato, tráfico de influência, propina no Brasil e no exterior, caixa 2, venda da aprovação de medidas provisórias, obstrução à justiça, crime ambiental, calúnia e injúria, além de outros processos que correm em sigilo de justiça.
Devido a uma extensa e variada lista de beneficiários, essa homeopatia tem que ser administrada quase que diariamente e, ainda assim, sua evolução é mais lenta que as filas do INSS, pois o crime se multiplica no País devido à complacência da justiça.
Ironicamente, o ministro Fux, tentando tapar o sol com a peneira, apresenta como desculpa esfarrapada a intromissão do STF nas atribuições dos outros poderes para justificar a avaliação extremamente negativa de sua instituição, onde apenas 15% dos entrevistados confiam na Suprema Corte (DataFolha 25/9/21): “O Supremo Tribunal Federal hoje sofre com um profundo desprestígio, exatamente porque os players da arena política não resolvem seus problemas e jogam para o Supremo resolver”.
O Presidente da Casa, capciosamente, esquece que a Corte atola-se em futilidades que nada têm a ver com a aplicação dos dispositivos constitucionais, como , por exemplo, o acolhimento de qualquer queixa partindo dos correligionários da esquerda, por mais insignificantes que sejam.
A Suprema Corte, sistematicamente, beneficia traficantes de alta periculosidade, criminosos do colarinho branco e aliados políticos.
Para ilustrar essas palavras, relembramos a soltura de André do Rap, pasmem, com base no pacote anticrime, conforme publicado no G1.globo.com, em outubro de 2020: “o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, concedeu neste ano pelo menos 79 pedidos de soltura COM BASE NO TRECHO DO PACOTE ANTICRIME (grifo nosso) que trata das prisões preventivas. O entendimento usado foi o mesmo que beneficiou o traficante André Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap”.
Em suma, aos amigos tudo, para os cidadãos comuns a letra fria da lei e, para os “bolsonaristas”, a perseguição ostensiva.
Enquanto se desdobram para inventar crimes para o Presidente, desfilam impunemente, com todos os seus privilégios, os Lulas, Dirceus, Renans, Barbalhos, Lobões, Jucás, Serras, Wagners, Sarneys, Collors e mais uma infinidade de outros parlamentares que usaram os mais exóticos meios para amealhar, esconder e lavar dinheiro sujo.
Ministros da Suprema Corte exorbitam arbitrariamente em suas autoridades, cometendo eventualmente os crimes de responsabilidade, prevaricação, injúria e outros, os quais pretendem atribuir ao Presidente, mas são inimputáveis enquanto seus únicos juízes constitucionais permanecerem sob coação judicial por seus próprios crimes.