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Riscos para todos

Tem muito animal solto por aí. Que tal ajudar a acabar com isso?

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Rafael Secunho/Via Agência Brasília  - Foto Luciano Bernardo Jr

Soltos pelas ruas pelo Distrito Federal e sem o devido cuidado, equinos e bovinos representam riscos não só para acidentes de trânsito, mas também em relação a transmissão de doenças. A Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri) faz um trabalho ininterrupto de resgate desses animais em todas as regiões administrativas. Chamados de animais errantes, é comum encontrá-los vagando por estradas rurais e também vias movimentadas do DF.

Equipes da pasta fazem blitze nas ruas do DF, porém a maior parte das apreensões vem por meio de denúncias dos moradores. E qualquer cidadão pode colaborar com o trabalho da Seagri, denunciando pelos telefones 3274-2338 e 3447-8019, ou pelo 99284-7803 (WhatsApp), por onde é possível enviar a localização do animal.

De 2020 até junho deste ano, já foram 509 apreensões de bichos de grande porte na capital. Desses, cerca de 95% são cavalos, segundo a Seagri. “Resgatamos cavalos sadios, às vezes uns mancos. Burros, também. Quando o animal perde a utilidade, há uma tendência de ser abandonado”, diz a subsecretária de Defesa Agropecuária, Danielle Araújo.

A subsecretária lembra também que a criação dos animais pesou no bolso dos brasileiros. “Observamos um aumento nas apreensões no último ano por conta do custo da alimentação animal. Os preços da ração e do milho subiram muito e, na pandemia, as dificuldades financeiras foram grandes. Daí a pessoa deixa seu cavalo ir embora”, pontua.

Doenças transmissíveis – A saúde do animal também é uma preocupação. Apesar de pouco conhecida pela população, o mormo é uma zoonose transmitida por cavalos a pessoas. Além da anemia infecciosa que o equino pode transmitir a outros bichos, tendo como vetor uma mosca. “Dessa forma, todo o animal resgatado passa por exames de sangue para averiguar como está a saúde dele”, observa Danielle.

Os bichos recolhidos são encaminhados a um curral na Asa Norte, revela a gestora, sob os cuidados da Gerência de Apreensão de Animais da secretaria. Seus tutores têm o direito de reavê-los no período de até um mês, segundo a legislação local. Todavia, precisam pagar taxas equivalentes ao que o governo gasta com alimentação e hospedagem. A manutenção de um cavalo custa em torno de R$ 1.000 por mês.

Estando saudável e vencido o prazo de devolução ao proprietário, o bicho é colocado no programa Adote um Animal. No fim de junho, eram 87 cavalos sob a tutela da secretaria. “Recolhemos por todo o DF. Toda semana passa um dono aqui que deixou seu cavalo solto, mas entram novos animais. Trabalhamos para que não fiquem soltos nas vias públicas, sejam atropelados ou causem acidentes”, reforça o gerente de apreensões da secretaria, Ralf Rabethge.

Regiões com alta incidência – As cidades do Sol Nascente/Pôr do Sol, Itapoã e Planaltina, segundo números da secretaria, são os locais onde o recolhimento dos animais de grande porte é maior. De acordo com o administrador do Sol Nascente, António José Silva, são nas pequenas vilas rurais da região onde o problema é detectado.

“Acredito que o maior número de casos aqui são por descuido. Temos a Vila Madureira e outra região rural perto do trecho 2, onde o pessoal deixa o cavalo, o burro solto para alimentação e dá nisso”, opina. “Mas, conversamos com frequência com os donos e os orientamos para fazer baias para os animais e mantê-los sempre por perto”, conclui.

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