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Xerifes sem estrela

Declarada a guerra por poder na chefia da PF no próximo governo

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José Seabra - Diretor Editor/Foto Reprodução

Não é de hoje que coordenar a segurança de um presidenciável é considerado estratégico entre os delegados federais. Embora nunca um segurança de dignitário tenha sido escolhido para dirigir a Polícia Federal, muitos deles sempre são agraciados com postos mais confortáveis na Instituição, como as disputadas condições de adidos militares policiais pelo mundo afora.

Já em 2010, Andrei Augusto, que era chefe da Delegacia Fazendária em Porto Alegre, foi designado pelo ainda (mesmo sem estrela de xerife) Manda Chuva Luiz Fernando Corrêa para coordenar a campanha de Dilma Rousseff. Embora dissesse na época que seria o diretor-geral da instituição, acabou com um prêmio de consolação como oficial de ligação em Madrid.

Em 2019, Alexandre Ramagem, que coordenou a segurança da PF para Bolsonaro, conquistou um lugar ao sol na Abin e depois foi barrado pelo STF para dirigir a Polícia Federal, tamanha era sua intimidade com a família do ainda presidente.

Na verdade, esses delegados são treinados para dizer aquilo que os futuros mandatários do país mais gostariam de ouvir. Assim, antes de se preocuparem com a segurança do candidato, querem bajular para conquistar um pomposo cargo de confiança. Tanto, que trocam os cursos de Proteção à Pessoa, ministrados na Academia Nacional de Polícia, por aulas de como angariar a confiança e serem gratificados no futuro. O resultado foi o evento trágico em Juiz de Fora, tanto para a saúde do protegido quanto para o país posteriormente.

Muito se divulga nos mais diversos veículos de imprensa sobre o escancarado atrito entre a segurança de Lula com a direção da PF. Contudo, não fica evidenciado que a causa de tudo não é uma perseguição contra a candidatura petista;  muito pelo contrário.

Em razão dos erros anteriores, foram tomadas medidas importantes para garantir a melhor segurança possível para os presidenciáveis, com atos normativos específicos, compra dos melhores equipamentos e treinamento disponível para qualquer policial federal que se voluntariasse.

Mas, se tinham tanto interesse assim em proteger o candidato, por que não fizeram os cursos? A resposta vem na ponta a língua: para não perderem tempo precioso que necessitavam em conversas de bastidores que garantissem a indicação.

O resultado disso tudo, no caso do ex-presidente, é que nem de burocracia a coordenação da segurança de Lula entende. Seu plano de ação teve que ser devolvido diversas vezes por inadequação do texto. Os pedidos de apoio são mal formulados e sem qualquer base, prejudicando o atendimento.

Na avaliação de experientes delegados da Operação Alabama, uma confraria de delegados e agentes que está sempre de olho para garantir a vida de Lula, o que querem na verdade é um álibi de que a PF não cooperou caso algum evento adverso possa ocorrer, já que os coordenadores não possuem nenhum preparo e nem mesmo os equipamentos de socorro necessários para salvar a vida do protegido.

Com tudo isso, Andrei anda dando cartão azul aos colegas, já se intitulando diretor-geral da PF no próximo governo e avisando que sua equipe já está sendo montada. Com esse medo, os ratos já deixam o navio e partem para as indicações às queridas posições de adidos e oficialatos de ligação nas embaixadas brasileiras e órgãos internacionais pelo mundo inteiro.

No entorno de Lula, assessores próximos respiram aliviados. Enquanto a guerra fraticida envolve os delegados, a  segurança do petista é confiada a antigos colaboradores, hoje sem farda, que inspiram muito mais confiança do que a própria PF. Mesmo sabendo-se que a Instituição tem doces e aromáticas maçãs, também é sabido que no cesto sempre tem uma ou outra fruta podre.

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