Lula precisa frear BC para vingar projeto econômico

O jogo antinacionalista de desinflação do Banco Central independente brasileiro via juro alto terrorista em nome do combate à inflação – que não tem dado resultado positivo, conforme relatório do banco, no final de 2022 – produz, como a realidade demonstra, apenas, descapitalização do Estado nacional.

Essencialmente, enterrará, politicamente, o presidente Lula; impossibilita pacto federativo ao implodir endividamento dos Estados e Municípios e joga reforma a tributária para as calendas, pois sem crescimento não há arrecadação e distribuição.

Essa manobra do BC Independente – aliado do BIS – Banco Central dos Bancos Centrais, obedientes ao FED americano, é, essencialmente, determinada pela estratégia da financeirização econômica global à qual os países pobres estão sendo financeiramente massacrados pelo hegemon capitalista, Estados Unidos; ela, em particular, impede os investimentos em infraestrutura para impulsionar o PIB.

Lula, sobretudo, fica sem futuro político, porque não poderá cumprir suas promessas de campanha eleitoral.

Conspiração midiática
A mídia corporativa desconhece ou deliberadamente esconde a realidade maior da expropriação financeira do capital internacional por intermédio da política monetária praticada pelo BC independente, para diagnosticar, inversamente, a causa central do déficit público.

Ela se limita, ilusoriamente, alienadamente, à defesa do corte de gastos não-financeiros no Orçamento Geral da União, que impulsiona o PIB para esconder o real, concreto e objetivo a fim de dar vez ao irreal, fictício.

Condena o lulismo e a Frente Ampla ao fracasso ao pregar, abertamente, que crescer o PIB é impulsionar o déficit; quer, assim, a continuidade do desemprego, da fome, da desigualdade social e, claro, da estagnação econômica; deseja o bolsonarismo sem Bolsonaro, mas com Lula.

Fuga da realidade
Nada diz o poder midiático neoliberal conservador bolsonarista dos efeitos dos juros altos sobre expansão da dívida pública interna, que come metade do orçamento, sem gerar nada em troca, em forma de desenvolvimento sustentável; do total do Orçamento de R$ 3,8 trilhões, realizado em 2021, a metade foi destinada, apenas, para pagar juro e amortização da dívida, no compasso da desinflação tocada pelo BC que, ao contrário, tem aumentado da inflação; mantido esse jogo descapitalizante das forças produtivas, o PIB de 2023 poderá ficar abaixo de 1%, enquanto a inflação de 5% continuará bombeada por juro real de 7%.

O jogo da desinflação é pura artimanha que produz o seu contrapolo em forma de descapitalização do Estado para manter insustentabilidade econômica, inviabilizando o lado real da economia; prejudica o povo, para atender os interesses dos que lucram com especulação financeira sobre a dívida, que se aproxima de 100% do PIB.

Lula está sob ataque dos jornalistas econômicos que olimpicamente desconsideram a existência do que é a atualidade do capitalismo mundial tocado pela financeirização imperialista que descapitaliza a produção e o consumo para garantir a especulação; a financeirização é a verdadeira impulsionadora do déficit público que bombeia inflação meramente monetária.

Escravos do BIS
Escravo do pensamento econômico único neoliberal, washingtoniano, o poder midiático não leva em conta que o BC Independente(?) brasileiro obedece às orientações maiores do Banco Central dos Bancos Centrais, coordenado pelo império americano, expresso no FED, em meio à crise capitalista global, aprofundada pela guerra na Ucrânia.

Quanto mais a aliança OTAN-EUA tenta destruir a Rússia, via economia de guerra, financiada pela dívida pública de Tio Sam, que já ultrapassa 30 trilhões de dólares, mais o imperialismo financeiro massacra o capitalismo periférico – Brasil e América Latina em geral.

A estratégia financeira imperialista do BIS, como evidencia a realidade, é extrair renda da periferia capitalista, via financeirização especulativa, comandada pelos bancos centrais, associados ao BIS; jogo virtuoso para encher barriga da banca.

Trata-se de imperialismo como etapa superior do capitalismo para compensar o fenômeno – denunciado por Marx e Lênin – da trajetória tendencial de queda da taxa de lucro do capital sobreacumulado nos países capitalistas cêntricos.

Jogo da superexploração
Os capitalistas do centro, afetados pelo excesso da composição orgânica do capital constante (máquinas, equipamentos, inovações tecnológicas) em relação ao capital variável (salários dos trabalhadores etc) subconsumista, compensam a queda da taxa de lucro por meio da maior exploração da mais valia por intermédio da taxa de juros mantida elevada na periferia pelos bancos centrais.

Os juros altos periféricos são, portanto, maior causa do déficit público; atraem os capitalistas afetados pelo subconsumismo, em escalada global, para compensar o lucro cadente do capital orgânico/constante sobreacumulado; isso comprova que o lucro do capitalista não é gerado pelo avanço tecnológico; este, ao contrário, quanto mais se acumula, mais reduz o lucro do capital; resta aos capitalistas a maior exploração do trabalho.

Não foi à toa, portanto, que o golpista neoliberal Michel Temer, ao conspirar , com Washington, para derrubar Dilma Rousseff, acelerou, no Congresso, aprovação das reformas trabalhista e tributária, para diminuir salários dos trabalhadores e aposentados, a fim de elevar o lucro dos empresários por meio de extração de mais valia etc.

Desespero lulista
Lula, portanto, desespera-se diante da política do BC Independente para sustentar juros altos que inviabilizam completamente o cumprimento das promessas dele, durante campanha eleitoral, de valorização dos salários, para fortalecer mercado interno e, consequentemente, puxar a demanda global.

O titular do Planalto sabe que a conjuntura, no seu passado recente como presidente (2003-2010), marcada pelo avanço capitalista brasileiro, favorecido pela expansão da China, dificilmente se repetirá; ao contrário, agora, os chineses apostam no que Lula gostaria de praticar: mais salário e mais consumo interno.

A política subimperialista do BC Independente não deixa Lula voar com seus desejos desenvolvimentistas prometidos em campanha para derrotar Jair Bolsonaro.

O BC tupiniquim transforma lulismo em bolsonarismo; produz a transmutação, se for mantido o seu jogo de desinflação, de Lula em Bolsonaro; vestido, à força, de Bolsonaro pelo BC antinacionalista, Lula verá cada vez mais distante possibilidade de segundo mandato em 2026.