Devagar, papai
Brasileiros superprotegidos podem morrer mais cedo
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emPesquisadores no Brasil revelaram que filhos de pais protetores – pais em particular – têm um risco maior de morrer antes dos 80 anos. As descobertas vieram de dados coletados de 941 participantes do Estudo Longitudinal Inglês do Envelhecimento (ELSA). As autoridades analisaram informações de 445 mulheres e 496 homens nascidos entre 1950 e 1960 e que morreram entre 2007 e 2018.
Apesar dos sujeitos do estudo pertencerem à geração “Baby Boomer”, os pesquisadores acreditam que os dados também podem se aplicar às gerações mais jovens.
“Nesse caso, fatores culturais e sociais podem ter tido um efeito mais significativo do que agora. Ter pais separados era visto de forma diferente no passado e podia ser particularmente difícil para os filhos do sexo masculino. Não podemos saber como isso funcionaria agora, dada a sociedade que temos, mas foi muito pesado para homens nascidos nas décadas de 1950 e 1960, mostra o estudo”, afirmou Tiago da Silva Alexandre , professor de gerontologia da Universidade Federal de São Carlos.
Os pesquisadores descobriram que, em geral, as crianças que recebem mais liberdade e autonomia têm uma chance maior de viver mais. O estudo revelou que homens que tiveram um pai superprotetor e menos autonomia durante o crescimento têm um risco 12% maior de morrer antes dos 80 anos. risco.
“O mais interessante do nosso estudo é que conseguimos mostrar em números o que há muitos anos se discute sobre parentalidade”, disse Alexandre.
“As relações de carinho e amor com o pai e a mãe durante a infância repercutem para o resto da vida. Em particular, nossas descobertas mostram como eles afetam a longevidade”.
Surpreendentemente, o estudo também descobriu que homens que viveram apenas com um dos pais durante a infância tinham 179% de risco de morrer antes dos 80 anos. Eles também descobriram que, para mulheres que receberam muito cuidado de suas mães quando crianças, a chance de morrer antes a idade de 80 anos diminuiu 14%. A correlação é que aqueles que foram bem cuidados por suas mães exibirão níveis mais baixos de estresse mais tarde na vida e terão menor risco de doenças.
“As crianças precisam de cuidado e apoio dos pais, mas não de intrusão, que tira a autonomia da criança”, disse Aline Fernanda de Souza Canelada, coautora do estudo.
“Pesquisas em psicologia mostram que esse tipo de relacionamento também é fraco, porque a criança tem medo dos pais e leva a vários problemas, incluindo hábitos pouco saudáveis, com alguns estudos mostrando um risco aumentado de abuso de álcool e drogas, bem como problemas mentais dificuldades de saúde, como estresse, que se correlacionam intimamente com a redução da longevidade”.
Os pesquisadores envolvidos no estudo são oriundos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no Brasil, e da University College London (UCL), no Reino Unido. Suas descobertas foram publicadas na revista Scientific Reports.