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Mistério no Lago Paranoá (VII*)

Garota cita Sansão e garoto perde a cabeça

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Reprodução

As buscas por jacarés no lago começaram na manhã seguinte. Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas. A movimentação no lago Paranoá foi tamanha, que logo despertou a atenção da população. Não demorou, a imprensa
estava no local.

A notícia de que um monstro devorador de homens habitava as calmas águas do Paranoá se espalhou. Isso fez com que várias embarcações particulares tomassem toda a região do lago. Além disso, vários drones passaram a sobrevoar a extensa área.

Durante uma das inúmeras entrevistas a moradores locais, uma menina de 10 anos disse que já havia visto o Sansão. Pois é, o jacaré tinha até nome. E, segundo os cálculos da garota, ele era tão comprido como um automóvel.

Verdade ou imaginação, aquela história sobre Sansão correu toda a cidade. O pânico tomou conta dos frequentadores do lago Paranoá. Entretanto, um ou outro indivíduo insano se atrevia a continuar por ali.

Os dias foram se transformando em semanas e, já completando três meses, o assunto foi deixado de lado. Quase ninguém comentava sobre o suposto enorme réptil. E, os que o faziam, era apenas para fazer chacota da análise do tal especialista em crocodilianos do zoológico. Até uma charge saiu na imprensa, onde mostrava Sá Gomes com uma lente de aumento apontada para uma lagartixa.

Aos poucos, as pessoas voltaram a frequentar o lago. Pescadores, adeptos de esportes náuticos, atletas que se atreviam a atravessar a nado aquele mundaréu de água. Tudo parecia como antes.

Pois foi numa manhã que um grupo de jovens resolveu se refrescar nas margens debaixo da famosa ponte JK. Todos na faixa dos 12 a 15 anos correram para ver quem entrava primeiro na água. O vencedor foi César, que mergulhou e, depois de quase dez metros sob as águas escuras, surgiu.

Os outros garotos também entraram e ficaram quase três horas. Cansados, um a um saiu da água, até restar apenas o desbravador César.

Sentado na margem, o grupo observava o amigo boiando, até que surgiu um enorme jacaré e abocanhou a cabeça do menino.

Todos ficaram boquiabertos com aquilo. A história sobre a existência de um monstro naquelas águas era mesmo real. Sá Gomes estava certo.

*O folhetim começa a semana com o capítulo VIII, na segunda, 10.

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