Curta nossa página


Visita ao gigante asiático

Lula define agenda da viagem e coloca o agro na pauta com Xi

Publicado

Autor/Imagem:
Diego Tinoco - Foto Ricardo Stuckert

Um dia após o novo governo completar 100 dias de gestão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca para uma importante viagem a China. Talvez a mais expressiva dos destinos internacionais se levarmos em conta o recente desgaste nas relações entre os dois países durante oa administração de Jair Bolsonaro e o fato do país asiático ser o maior comprador de nossas commodities.

Torna-se ainda mais relevante, se recordarmos todo a aproximação feita desde o primeiro mandato de Lula, lá em meados dos anos dois mil, com recordes favoráveis em nossa balança comercial e culminando na formação do Banco Brics, uma importante alavanca comercial-financeira que tem ainda Rússia, Índia, China e África do Sul.

Vale observar que  a ex-presidente Dilma Rousseff foi recém-empossada na cadeira mais alta da instituição. Ou seja, o Brasil tem, hoje, o comando de um organismo conhecido como Novo Banco de Desenvolvimento (NDB na sigla em inglês), que age para conter os impulsos americanos e europeus para dar as cartas em uma economia globalizada.

Apesar de todas as críticas a Lula por parte da bancada ruralista durante a última campanha eleitoral, o agronegócio tende a ser o setor mais beneficiado nessa missão brasileira à China. Trabalhos que tiveram início no final de março com a ida do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro que entre diversas negociações já obteve o levantamento do embargo à carne brasileira.

Com tudo isso, percebe-se entre a delegação brasileira um total clima de otimismo para novos anúncios favoráveis ao país, diante da premente necessidade de recuperação do PIB afetado pela pandemia. Nesse período o Brasil ainda sofreu com a falta de semicondutores, fator que pôs em risco a continuidade de diversos setores industriais, entre eles o automotivo e de máquinas e equipamentos.

O presidente da Frente Parlamentar Brasil–China, deputado Fausto Pinato (PP-SP), voz dissonante na legenda e aliado do Planalto, tem se mostrado também muito confiante no êxito da missão. O parlamentar espera o reforço da parceira comercial com a China e anseia que o Brasil consiga, após a missão das tratativas de Lula com seu colega Xi Jinping, trazer na bagagem condições de aperfeiçoar a chamada reindustrialização brasileira (a retomada da fábrica da Ford na Bahia, por exemplo, a ser supostamente entregue a uma  montadora de Pequim) e investimentos em outras áreas, como mineração e a indústria do turismo.

Enfim, vamos observar e torcer, para que as previsões se confirmem em torno de todas as boas expectativas geradas. Enquanto Lula viaja (o embarque será na terça-feira, 11), o Brasil não para. Por aqui  a área Econômica e o Congresso Nacional continuam debruçados sobre o arcabouço fiscal. A semana começa agitada, com uma brisa suave soprando entre Brasília e Pequim, num efeito bumerangue que pode incluir, inclusive, a desdoralização da balança comercial entre Brasil e China.. Mas isso é para ser avaliado num próximo artigo,

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.