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Senhor imoralidade

Sérgio Moro, o ex- quase tudo no Brasil, está próximo do nada

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Mathuzalém Júnior - Foto de Arquivo/Marcelo Camargo

De que o senador Sérgio Moro (União-PR) tem tanto medo? Por que o depoimento de um ex-advogado de empreiteira assusta tanto o ex-juiz de Curitiba? Mais sério ainda é o pavor que o ministro Gilmar Mendes causa no escurraçado ministro de Jair Messias. Na verdade, tudo tem assustado o ex-exemplo de probidade Sérgio Moro. Eu sei, o Congresso Nacional sabe, o Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior Eleitoral e o ministro Alexandre de Moraes estão carecas de saber e o povo, enganado soberbamente, já descobriu. Moro, o dono da verdade, foi pego na mentira, perdeu o rebolado e corre o risco de ter o mesmo fim de Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-procurador e xodó do ex-juiz, ex-ministro e ex-responsável na ex-Lava Jato pela ex-condenação de Luiz Inácio.

Por que Sérgio Moro se borra só de imaginar o depoimento do ex-advogado Tacla Duran, hoje uma testemunha protegida sob o manto de Tio Sam? E por que a Justiça de Curitiba faz o jogo e não quer ouvir presencialmente Tacla Duran? Errare humanum est? Obviamente que não. Erramos quando queremos errar. Quanto às perguntas, um dia elas serão respondidas. E este dia está próximo. Até lá, dizem que Duran tem muito a dizer. Diriam os magistrados da ativa que o fato cocreto é que Chapeuzinho Vermelho está prestes a virar Lobo Mau.

Primeiro a pedir a cassação do quase ex-senador, o Partido das Lágrimas (PL) questiona os gastos de campanha do ex-amigo e quer por que quer seu mandato. Pra lá de confiante, a turma do PL só pede menos morosidade contra Moro, que já recorreu ao capetão e a seu ainda discípulo mais ferrenho, o Valdemar Costa Neto, que adoraria ver Moro pelas costas (desculpem o trocadilho esfarrapado). Como são todos pupilos de Narciso Messias, entendo a generalização do pavor. Afinal, repito que quem tem fiofó tem medo. A preocupação é a rejeição, o medo de ser desmascarado, de ser visto como ele realmente é.

E, a exemplo do ex-chefe, Sérgio Moro foi desmascarado, certamente deixando o trigêmeo da face dolorido de tanto regurgitar ódio contra Gilmar Mendes, decano do STF. Vale registrar que o sentimento foi exposto em um vídeo em que o ex-juiz, fora ou não do contexto, sugere que o ministro do STF aceita vender sentença. O vídeo viralizou e, como o próprio Moro sabe, contra fatos não há argumentos. A verdade obsessora do ex-magistrado que tudo fez para culpar e prender Luiz Inácio virou pó. A brincadeira ficou séria. Gilmar Mendes não deixará barato.

Acostumado a ter a última palavra acomodado na vara em que se sentia acima de tudo e de todos, o moralista do Almanaque Capivarol terá de se explicar sobre a denúncia do Ministério Público Federal que o acusa de calúnia a Gilmar Mendes. E não será nada fácil. De forma salgada e salpicada de juros e correção monetária, a conta chegou para quem achou que a outorga de senador da República o ajudaria a novamente ser reconhecido como o senhor moralizador. Como diz o velho e sábio adágio popular, “quem com ferro fere, com ferro será ferido”.

*Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

 

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