Hora da verdade
Está mais perto de saber quem mandou matar Marielle
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em.O martelo da Justiça está vibrando nas cabeças dos criminosos. Cinco anos depois do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, a justiça começa a ser feita. A novidade é o mapeamento mais detalhado dos envolvidos no crime e o papel de cada um. A delação premiada de Élcio Queiróz à Polícia Federal apontou que, além do já conhecido executor Ronnie Lessa e seu irmão, Denis Lessa, também houve a participação direta do ex-bombeiro Maxwell Simões (Suel), que já se encontra preso, e do ex-PM Edimilson Oliveira da Silva (Macalé), executado em 2021.
Confirmou-se também que o crime foi planejado com meses de antecedência. Ainda falta descobrir quem foi o mandante da execução e a PF acredita que ela possa vir por uma delação premiada feita pelo próprio assassino, Ronnie Lessa. Além da esperança de que a justiça seja feita, as novas revelações também trazem consequências políticas para diferentes personagens.
O primeiro é o ministro da Justiça, Flávio Dino que, apesar do nariz torto dos colegas dentro do governo, atuou mais uma vez de forma decisiva para varrer o entulho bolsonarista. Lula também confirma seu compromisso com a resolução do caso que envolve a irmã de uma ministra de seu próprio governo. Em compensação, Bolsonaro sai mais do que chamuscado. Além de ficar evidente que as investigações foram dificultadas durante os quatro anos de seu governo, sobram suspeitas do envolvimento do seu entorno e correligionários no crime.
Outro que deve estar preocupado é Sérgio Moro, pois pairam desconfianças de que ele tenha usado sua posição-chave como ministro da Justiça de Bolsonaro para abafar o caso e blindar o chefe. As mesmas suspeitas recaem sobre todo aparato de segurança e do judiciário do Rio de Janeiro. As investigações revelam morosidade do Ministério Público e suspeita de envolvimento de um delegado e ex-deputado na obstrução do caso.
Além do avanço das investigações em si, as novidades no caso Marielle são resultado da agenda propositiva do governo Lula na área da Segurança Pública, que inclui também um decreto que restringe o acesso de civis a armas e munições e um projeto de lei que torna crime hediondo certos atos de violência cometidos dentro de escolas, além do aumento do rigor na fiscalização dos Clubes de Tiro, realizando a promessa de Lula de fechar todos sem nenhuma nova lei, apenas fazendo cumprir as existentes.