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À deriva

Tarcísio ‘mata’ Zambelli e tenta juntar os cacos do bolsonarismo

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Autor/Imagem:
Allan Almeida Duvoisin e Miguel Enrique Stédile/Via O Ponto - Foto Rafa Neddermeyer

Enquanto o transatlântico de Lula busca as melhores correntes, o bolsonarismo sobrevive num bote. Ele se move com os ventos das pequenas escaramuças nas CPIs, onde conta com a ajuda das Forças Armadas, e com as marolas do tema do desarmamento, podendo comemorar a convocação de Flávio Dino para sessão da Comissão de Segurança da Câmara. O resto do tempo é gasto tapando buracos.

O rombo mais recente veio do inquérito da PF contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que envolve a tentativa de invasão do sistema do CNJ para forjar um mandado de prisão contra Alexandre de Moraes, presidente do TSE. A tentativa teria ocorrido no início de janeiro, com a participação do hacker Walter Delgatti, e pretendia desmoralizar o resultado das eleições.

Delgatti, que já foi convocado para a CPMI dos atos antidemocráticos, ainda poderá fazer uma delação premiada, possibilidade que causa calafrios em Bolsonaro, já que o hacker afirma ter conversado com o ex-presidente sobre a viabilidade de hackeamento das urnas eletrônicas.

Para além de incorporar novas evidências das tentativas golpistas do bolsonarismo, o caso também respinga no PL, que já dá como certa a cassação de Zambelli na Câmara e também não está descartada a possibilidade de uma prisão da deputada. Tudo isso leva a crer que, no final, um dos poucos sobreviventes do naufrágio bolsonarista deve ser mesmo Tarcísio de Freitas.

Afinal, enquanto os aliados do capitão afundam, o governador de São Paulo vai ocupando o espaço vazio à direita e incorporando o jeito miliciano de governar, seja distribuindo cargos para os parentes da família Bolsonaro, seja exaltando a polícia que mata. Ou talvez, avalia Maria Cristina Serra, Tarcísio esteja abraçando o bolsonarismo miliciano para sobreviver politicamente num Estado onde não tem nem raízes, nem influência eleitoral.

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