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Medalha de bombom

Ninica seria veterinária, mas virou ótima advogada

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Luzia Campos

A menina tinha nome, mas o pai a chamava de Ninica. O pai também tinha lá o seu, mas a filha o chamava de Pepito. Os dois gostavam de passar o tempo juntos, seja no tapete da sala, seja até mesmo na veterinária do pai, onde ele atendia os animais, enquanto a menina, com aqueles olhos enormes, ficava atenta a tudo. Tão curiosa, que o pai jurava que, no futuro, ela também seria médica veterinária.

Naquele dia, final de mês, quase não havia clientes para o pai atender. A Ninica perguntou para o Pepito se ele queria brincar de dominó. Ele respondeu que sim. Logo espalharam as peças pela mesa, mexendo daqui, mexendo dacolá. Cada um escolheu as suas sete.

Nesse dia, a Ninica estava dando aquela surra no Pepito, que não ganhava umazinha sequer. A menina ria tanto, que o pai resolveu premiá-la. Pegou um bombom no fundo da gaveta, o amarrou a um barbante e colocou no pescoço da filha. Naquele momento, havia sido criada a famosa medalha de bombom. A menina ficou ainda mais feliz, tanto é que, na mesma noite, foi dormir com o prêmio ainda no pescoço.

Essa tradição da medalha de bombom ainda permanece, se bem que quase nunca ocorre. Mas é sempre lembrada durante as conversas. É que a Ninica cresceu e nem se formou em medicina veterinária. Ela preferiu seguir a carreira do avô e, por isso, fez o curso de Direito.

O Pepito nem ficou triste com a escolha da filha, pois percebeu que a menina se encontrou exercendo a advocacia. No entanto, ainda que não tão frequente, ele chama a Ninica para ajudá-lo a atender um cliente e, quem sabe, colocar de novo aquela medalha de bombom no pescoço da, agora, advogada.

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