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Se gritar pega o ladrão...

Bezerra da Silva volta e acaba reunião de bacanas na Praia

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Autor/Imagem:
Wenceslau Araújo - Foto de Arquivo

A Reunião de Bacanas promovida com dinheiro público por aquele cidadão conhecido nos encontros das arábias por Lorde Water Closet durou quatro anos. A festinha regada a muito dindim só acabou quando a desgraça bateu simultaneamente às portas de Donald Trump e do Senhor dos Anéis. Foi aí que, ciceroneado por aquele outro moço que conseguiu fazer meio mundo descer dos delírios da imaginação, os homens da lei começaram a agir e o bacanal acabou virando festa do interior. Ainda não virou de fato, mas depende somente de um lampejo intestinal do xerife Xandão para que os podres sejam capazes de perfumar de uma vez as comendas de pulso encomendadas para o refratário Príncipe Salah. Mais claramente, Lorde Water Closet está por uma descarga.

Depois do desmantelo do governo, do desmazelo com a coisa pública, da absorção de bens alheios e do desapreço (quase nojo) pelo semelhante, o bicho está pegando, a casa desmoronando, mas o imbrochável ser das galáxias continua achando que as autoridades e o povo brasileiro são bestas. Besta é tu, tatu, que foge da objetividade das respostas como o Vasco da Gama do retorno à Segunda Divisão. Insiste em explicar lateral e enviesadamente o inexplicável. A profusão de versões, lorotas e fake news sobre o fracassado golpe, acerca de movimentações financeiras milionárias e a respeito das joias desviadas dos cofres da Presidência não cola mais.

Meu caro Rolando Lero tupiniquim, quem te comprou não comprará novamente. Resumindo, os indícios, suposições, suspeitas ou “perseguição” se transformaram em fatos inquestionáveis, vergonhosos e, acima de tudo, criminosos para quem se utilizou da palavra de Deus em vão. Não adianta mais forjar dores estomacais, ardências nadegais ou lombrigas intestinais. Xandão e a PF do Japonês já conhecem seu passado, estudaram seu presente e avaliam o que farão de seu futuro. Desde já, imagino que não será boa coisa.

Volto um pouco e lembro do período em que, como deputado federal, o sujeito desta narrativa, se notabilizou como criador de casos. Nada mais do que isso. A diferença é que, à época, ele enganava apenas seus eleitores. Por falar em Reunião de Bacana, música eternizada pelo sambista Bezerra da Silva, o refrão é algo que não se esgota quando se trata do moço das joias árabes. Aliás, as tais preciosidades têm tudo a ver com um outro samba do tenor pernambucano, mas enraizado no dia a dia venturoso da Baixada Fluminense. Antes do bote perfeito e das averiguações de praxe, era comum o homem dizer “Quando alguém lhe perguntava/Que mato é esse que eu nunca vi?: Não sei, não conheço/Isso nasceu aí”.

Verdade nua e crua, a cada grito dos meganhas da Patamo da PF surge um novo personagem com histórico fora do eixo republicano. Pior é o grito de Xandão: aí não fica um, meu irmão. É o caso de lamentar, mas relembrar o ministro Luís Roberto Barroso no dia em que, mesmo de toga, incorporou publicamente o espírito de Bezerra da Silva: “Malando é malandro, mané é mané”. Tão mané que, quando tudo parece caminhar para a paz na família, surge como um raio um fato novo. Dessa vez, um e-mail revelando que Jair Renan Bolsonaro, o Zero Quatro, alvo da Operação Nexum, entrava e saía livremente da lojinha que Jacó e Sarah mantinham no porão do Palácio do Planalto para “guardar” relógios, braceletes, anéis, canetas e penduricalhos de ouro que não eram seus, mas do Brasil.

Pois Jairzinho “visitava” o brechó, onde “escolhia” os presentes que quisesse. Não está claro se os babilaques recolhidos eram para mobiliar sua humilde “residença”, para adornar seu “corpitcho” de atleta de coisa alguma ou apenas para agradar o papi bonachão. Pois bem, chegou a hora do Sapeca iaiá até para Zero Quatro, que, segundo o senador Flávio Bolsonaro, o Zero Um, não tem onde cair morto. Não é o que dizem os frequentadores do espaço de eventos Na Praia. Apesar de sem nexo, Zero Quatro nada sem as mãos no Lago Paranoá, onde cresceu graças ao desgoverno do paizão. E sabem quem é o maior beneficiário da hoje quase nenhuma influência do pai? Ele mesmo e sua empresa de eventos. Sorte nossa é que o fim da liberdade dos adeptos da malandragem está próximo.

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