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Mergulho nadegal

Falsos profetas insistem em meter o pau no sexo alheio

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Autor/Imagem:
Wenceslau Araújo - Foto de Arquivo/Fernando Frazão - ABr

Há no mundo globalizado pessoas de todos os tipos e formas. Tem os brancos, os pretos, os amarelos, os pobres, os ricos, os que que comem bem, os que não comem nada, os sérios, os brincalhões, os mentirosos, católicos, espíritas, evangélicos, golpistas e os políticos sem nexo e sem sexo. Também temos os flamenguistas, vascaindos, palmeirenses sem mundial, índios e os que integram o grupo LGTBQIAP+. Pior são aqueles que clamam por uma oportunidade para fazer o que teimam em combater. Estes se acham enrustidos, mas parecem mau hálito, cecê e chulé. Quem tem não sente, mas todo mundo percebe.

Como diz o povo do sagrado interior brasileiro, deixemos de “arrudeios” e vamos aos finalmente. Com algumas exceções, todos merecem apreço, consideração e, sobretudo, respeito. Entre as exclusões, incluo os opressores, golpistas, idiotas e, principalmente, os invejosos e os ocultos. Sem simbologia alguma, estes merecem o que a Luzia ganhou efusivamente na horta em uma noite chuvosa e com fortes trovoadas. Dizem as más línguas que dos nabos, rabanetes, pepinos e talos de mandioca não sobrou nem a casca. Desconheço a qualidade, espessura e circunferência da produção, mas certamente eles são a razão de tanto ódio de determinados segmentos humanos por outros dos quais os primeiros se dizem semelhantes.

Biblicamente até são. O problema é justamente a Bíblia, obra usada para discriminar os diferentes sem crença e canonizar os diferenciados ou desconformes que operam para contribuir com a colheita financeira dos operados da palavra fácil, supostamente acolhedora e hospedeira de milagre$ di$tinto$. São os falsos profetas que, em nome de Deus, vivem de infernizar a vida dos outros. Também em nome dos céus, de vez em quando um desses calorosamente agasalha o croquete. Nada de mais, na medida em que basta um mergulho nadegal na pia batismal e todo o mal será diabolicamente engolido. É a luta eterna entre Deus e Lúcifer.

Um pede, enquanto o outro exige. Um dá de graça, enquanto o outro cobra joias, casas, apartamentos, carros e até donzelas sem militância. Algo com dá ou desce. Tipo o dízimo cobrado pela pastoral pretoriana dos obreiros do Senhor. Coitado do Senhor. Na verdade, tenho pena dos hipócritas indefesos e escondidos dentro de armários sombrios e cheios de velas vaselinadas de sete dias. Não me perguntem para, nessa situação específica, que servem tais velas. Sem medo de errar, sou capaz de matar a cobra e mostrar o pau para provar que o desejo do povo que odeia os entendidos, reputados e invertidos, também conhecidos por homossexuais, é fazer o mesmo tipo de doação que eles combatem.

Não tenho expertise na matéria, mas posso recomendar como solução dos anais uma boa lavada com sabonete Cashmere Bouquet, razoável porção de pomada Hipoglós, encharcamento com água benta e álcool 70 para evitar bactérias roscóficas. O resto é correr para o abraço, gritando “Ah, estou feliz/Porque o amor que um dia/Foi embora agora voltou/Porque gosta só de mim”. Pronto! Negócio fechado, rosca na chapa fumegando, tuim ardendo de felicidade e o coração transbordando de alegria. Então, meus pastores deputados, enrustidamente travestidos de senhores da razão, parem com a maldade. Deixem o fuleco alheio em paz. Apresentar um relatório abaitolado, doente, nojento e excomungado contra a união homoafetiva é o mesmo que assumir de vez a vontade de ser o que criticam.

Embora suas excelências suspirem nos cantos pela heterossexualidade (?) dos imperadores Nero, Alexandre (O Grande), Hierocles, Heliogábolo e Augustan, entre muitos outros, vivemos no século 21, período em que claramente os invejosos só invejam quem eles no fundo queriam ser. Para sorte da maioria esmagadora do povo, incluindo os perseguidos pelos pastores evangélicos ora com mandatos parlamentares (ou não), o mundo mudou e não aceita mais imbecilidades desse tipo. Invasores dos desejos alheios, os falsos profetas se acham no direito de interferir no prazer de outrem. Reiterando que quem dá o que é seu não desprezo, sugiro que o autor e os defensores do abjeto, fuleiro e odioso relatório contra o casamento homoafetivo o enfiem no escaninho por onde saem seus recalques imundos. Se não são, deixem os outros serem felizes. Em nome dos gays, lésbicas e simpatizantes, sugiro também um sono mais leve para que alcancem sonhos próprios. Quanto ao projeto, o lugar dele já está definido: a lixeira.

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