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Voto evita golpe

Eleição de 2024 dirá como anda termômetro de Lula com povo

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Mathuzalém Júnior - Foto Marcelo Camargo/ABr

Consolidada pela segurança, lisura e agilidade de suas propostas como faz (e bem) desde 1960, a Justiça Eleitoral está se preparando para as eleições municipais de 2024. Considerado um aperitivo para as presidenciais de 2026, o pleito em que serão eleitos prefeitos (e seus vices) e vereadores deve ser um termômetro para avaliação do governo de Luiz Inácio. De modo natural, o que ocorre em Brasília influencia diretamente sobre os candidatos aos poderes Executivo e Legislativo das cidades. Faltando pouco mais de um ano para a disputa, a economia nacional será a responsável direta pelas definições partidárias. Se ela estiver bem, obviamente que uma maior fatia de postulantes se alinhe ao governo.

Partido do presidente da República, o PT e seus principais aliados já estão com suas estratégias nas ruas. Para os movimentos petistas e de siglas aliadas, o momento é de recuperação dos espaços perdidos na última década, principalmente nas duas eleições que antecederam a vitória de Lula. Mais do que isso, embora não torça pelo fim das legendas conservadoras, a hora de lapidar e de fazer brilhar o tesouro da democracia é agora. Em novembro próximo, o Brasil completa 134 anos como República. Nada tão antigo, se compararmos com outras nações do mundo.

No entanto, depois do fracassado golpe de 8 de janeiro, precisamos estar atentos para evitar o surgimento de novos falsos profetas. O Brasil está por aqui de mágoa com as folclóricas divindades surgidas em decorrência da falta de seriedade com o voto, ontem, hoje e sempre a nossa principal arma contra o retrocesso e, principalmente, contra os retrógrados. Não restam mais dúvidas de que o sistema eleitoral brasileiro não é a fajutice que foi o governo que tentou mundos e fundos para desacreditá-lo. No fim e ao cabo, as falcatruas do próprio opositor de Luiz Inácio contribuíram para mostrar ao planeta que, com as urnas eletrônicas, vencem os candidatos com mais votos. Simples assim. O resto é golpismo.

Oxalá o eleitor brasileiro recupere a confiança, busque o melhor para si e para sua cidade e, sobretudo, tenha certeza de que a Pátria e o município em que vive são maiores do que qualquer aventureiro que ouse lhe oferecer vantagens fantasiosas. No português mais ortodoxo, tenham sabedoria. O mundo moderno permite pesquisas e farto conhecimento a respeito dos candidatos. A ordem para manter o sarrafo bem alto é não eleger hipócritas, mentirosos, desonestos, ideólogos de botequim e antidemocratas. Vale lembrar que o alto custo dos maus políticos não é só de quem os escolhe.

Imaginem o preço que quase pagamos pela perpetuação de um presidente cuja história de ódio faz ruborizar a encarnação de Adolf Hitler. Tivessem reeleito Gargamel, certamente estaríamos desde o primeiro ano deste ano sem liberdade e com uma dívida impagável. Não sei o que o amanhã nos reserva, mas certamente nada pior do que já vivemos. Como sempre digo, tudo pode acontecer, inclusive nada, em 2024. Com o fim do bolsonarismo ainda está no início, provavelmente teremos uma disputa acirrada entre o “democracismo” da base de Luiz Inácio e o improvisado pragmatismo do que sobrou da extrema-direita vinculada ao jubilado mito. Como “donos” das maiores bancadas do Congresso, lulistas e bolsonaristas se enfrentarão na maioria das capitais do país.

Embora haja uma expectativa de nacionalização do pleito local, isso não quer dizer que se repetirá a polarização, pois numa eleição municipal as coligações nacionais nem sempre se mantêm nos municípios. Ou seja, a alvorada voraz aguardada por um e outro lado pode não se configurar, na medida em que, nas cidades, a fidelidade depende muito mais da força do líder regional do que das propostas do mestre nacional. Que venha 2024 e que a disputa, ao contrário da pilantragem de 2022, fique limitada às propostas e às ideias. O objetivo deve ser o futuro da cidade e do país. Como aperitivo para 2026, vale lembrar que a eleição municipal é a grande oportunidade para que os eleitos respeitem os eleitores e pensem exclusivamente em conduzir os negócios públicos sem proveito particular.

*Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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