Esquentou o clima
Lula esquece curto-circuito com Israel e olha para o Congresso
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emAlém de Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), que bateu de frente com o Estado de Israel no caso dos repatriados de brasileiros de Gaza, o episódio respingou também no ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e por tabela no governo como um todo.
A novidade é que Lula não pode mais contar com sucessos na política externa para compensar os problemas domésticos. Pelo contrário, mesmo comemorando a saída dos refugiados brasileiros, a demora marcada por negociações difíceis e desinformação foi o desfecho dramático da tentativa do Brasil apresentar-se como mediador do processo de paz.
A subida de tom de Lula contra as ações terroristas de Israel, a represália israelense na ONU, e a aprovação de uma resolução pelo cessar-fogo no Conselho de Segurança depois da frustrada tentativa brasileira, apenas confirmam o crescente cenário de dificuldades.
Mas nem todas as notícias vindas de fora são ruins. Na área econômica, a tendência de queda dos juros norte-americanos deve pressionar o Copom a fazer novos cortes na taxa Selic.
Enquanto isso, no Congresso, a reforma tributária aguarda pela segunda votação na Câmara, e o governo espera que a medida saia do papel ainda este ano. Até lá, a meta fiscal continuará sendo de déficit zero, para alívio de Fernando Haddad.
E, enquanto todas as atenções estão voltadas para as pautas do governo, quem come miúdo no Congresso são os militares, buscando apoio para abocanhar um quinhão maior dos recursos da União, através de uma PEC que prevê o aumento do orçamento das Forças Armadas para 2% do PIB.