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Sujeira na água

Rio pode até continuar lindo, mas a corrupção apaga o brilho

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José Seabra - Foto de Arquivo

Desde Cabral – não o descobridor, mas o governador – diz-se que quem ocupa o Palácio Guanabara não é conhecido como fluminense, muito menos carioca. É simplesmente impinchado. De uns tempos pra cá, o que mais se vê é corrupção. A privatização da Cedae, por exemplo, acaba de entrar na lupa da Polícia Federal. Um intermediário da venda, conhecido no Rio como um Nikolaos (nome de origem grega) tupiniquim, já ocupou um cargo no alto escalão do Banco do Nordeste do Brasil. E foi justamente naquela instituição que foi depositada uma grossa parcela de bilhões de reais originária do negócio. É tanto dinheiro que garante uma aposentadoria hereditária de fazer inveja aos nababos do Catar. Por essas e outras, a PF, dizem, vai castrar o cabeça do grupo. A confirmar-se essa versão, o castrum que teve antepassados na Península Ibérica, vestirá, antes de o Rei Momo receber as chaves da cidade, a fantasia de um dos Irmãos Metralhas. Os problemas do próximo impinchado com a lei são tantos, que até uma viagem para o Carnaval em Veneza foi cancelada.

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