Dá-lhe, Fernando
Advogado enquadra delegado fanfarrão com Alzheimer
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emQuando abusa de suposto poder, delegado não tem moral para mandar sequer na própria delegacia. Até parece conto da Carochinha, mas o relato é verdadeiro. A advogada Aline Marques foi denunciada por um xerife do Cerrado por suposta denunciação caluniosa.
É que a doutora Aline, uma profissional proba que joga dentro das quatro linhas da Constituição e segue com rigor o estatuto da OAB, denunciou torturas que envolviam um cliente dela, agredido por policiais.
Diante desse quadro, o advogado Fernando Rocha fez cair a máscara do delegado. Impetrou um habeas corpus defendendo que Aline não agiu com dolo, mas sim com base na atuação profissional protegida pelas prerrogativas da Ordem. O Ministério Público concordou com a defesa. Não foi dolo nem motivo para a abertura de um processo tão grave. Os promotores, consequentemente, pediram o arquivamento do feito.
Quando Fernando Rocha, meu amigo particular, fez-me este relato, lembrei-me do vapt-vupt de Chico Anysio na Escolinha do Professor Raimundo: vê-se rapidamente nesse caso – enfatizei – a vitória da advocacia sobre policiais com Alzheimer, esquecidos que são de que o famoso ‘Sabe com quem está falando’ morreu, foi enterrado e, para não restar dúvidas, teve depois o corpo exumado e cremado, com suas cinzas jogadas ao vento.