Música no Fantástico
Bibi ausente, Bobô e Baby vão comandar a farra na Paulista
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emAlém dos caboclos da Polícia Federal que o pegaram por trás e do Pai Xandão, que monitora todos os seus passos 24 horas por dia, ainda carecem de confirmação para a manifestação do sincerão Jair da Goméia nomes de peso com os compadres Kim Jong-um, Donald Trump, Boris Johnson, Vladimir Putin e Benjamin “Bibi” Netanyahu. Convidados de honra, Emannuel Macron, Joe Biden, Volodymyr Zelensky, Xi Jinping, Charles III e Narendra Modi tiveram de declinar porque todos têm mais o que fazer. Portanto, mantido o dia 25 para o convescote da Avenida Paulista, sobrarão os zebedeus e os pastéis de pera de sempre. Os pastores que organizaram o ato na tentativa de angariar mais alguns merréis de dízimo também assinaram a lista de presença.
Com o telhado de plástico rasgado, as calças puídas, o coturno sem lustro e a cabeça cada vez mais oca, Jair será o mestre de cerimônia, o mestre-sala, a porta bandeira, o puxador do samba e, se derem corda, o principal defensor da democracia e das estripulias da esquerda. Embora perereque de um lado para o outro, ele sabe que, após o fim do evento para escamotear o golpe do golpe, na melhor das hipóteses, continuará do mesmo tamanho. Permanecerá pequeno no jeito, na alma, na conduta, no desenho que um dia fez do país e na forma de fazer política. Foi péssimo administrador, terrível perdedor e golpista sem lastro algum. Por isso, o osso foi roído antes de chegar à boca dos lobos famintos pelo poder.
Provavelmente antes da festa do Terceiro Milênio, Jair Messias deve fazer jus a uma música no Fantástico, programa da Globo Lixo que premia jogadores de futebol que fazem três gols em uma mesma partida. Jojô golpista está por uma bola, já que teve dois pedidos negados pelo ministro Alexandre de Moraes: data e comparecimento ao depoimento desta quinta, 22, na sede da PF. Até agora, o que se sabe é que compadre Bibi pediu a Bobô que interceda por ele contra Luiz Inácio, persona non grata em Israel por conta de verdades que não poderiam ser ditas. A solicitação deve durar pelo menos enquanto Benjamin, com apoio do compadre brasileiro, estiver lutando desesperadamente para manter o poder que está por alguns poucos e inoportunos pelos pubianos.
Pedido feito, pedido atendido. Por determinação das entidades obsessoras que povoaram o Planalto até o final de 2022, o discurso na Paulista terá como motes a exorcização de Lula, a demonização de Xandão e o empastelamento da PF. Com um samba desafinado e de uma nota só, as palavras de ordem vêm sendo cunhadas pelos obreiros da Igreja Quadrangular do Triângulo Redondo, de onde sairão ônibus fretados com os seguidores de Bibi e de Bobô. Ignaros, vaquinhas de presépio fora de época, aproveitadores da ingenuidade alheia, etéreos e dedicados puxadores de saco sem função e comedores de cocô na colher estão convictos de que sairão da Avenida Paulista vitoriosos.
Eles não aceitam outro resultado que não seja a imediata devolução do poder absoluto a Jojô, o homem de ouro do Primeiro Triunvirato envolvendo Judas, Satanás e “Capetão”, supostos generais do rocambolesco exército da salvação bolsonarista. Para que não haja dúvida a respeito da vitória, a frase de efeito já foi cunhada: “Depois da fala de Lula, o mundo está olhando para o Brasil de forma diferente”.
Concordo com o mito criado nas entranhas de uma cascavel no cio, mas discordo do timing. O mundo realmente olha diferente para o Brasil desde a posse do sujeito que tira o sono, a fome, o tesão, a ereção e o espírito roncador daquele que faz um ano e meio não é mais o mesmo tocador de bumbo. Hoje, no máximo uma cuíca, um bastão do tipo Prestígio sem a embalagem (se é que me entendem) ou um reco-reco.
Dizem as más línguas e as narinas recuperadas que, na ausência de Netanyahu, a apagada Baby do Brasil, rebatizada como “Baby das Nações”, deve ser a figura de proa do maior evento democrático (?) que o Brasil já viu. Ela e Bobô comandarão a festa da Paulista. Membro de uma coalizão apostólica global, Baby estuda há meses a Teologia do Domínio, “obra” que sugere às igrejas psicodelicamente evangélicas ocupar as cidades para lutar contra os deuses carnavalescos, entre eles Lula da Silva.
A ideia é aniquilar a cultura brasileira, considerada apocalíptica por Baby, criando em seu lugar a “cultura gospel”. E ainda colocam Deus no meio dessa orgia conservadora. O primeiro passo foi cutucar com vara curta a onça pintada e ex-amiga Ivete Sangalo. Deverá ficar nisso, pois, sem os recursos agora nas mãos de exus e pombagiras de luz, ficará difícil para os falsos profetas conservarem redondos os discursos quadrados que triangularmente produziam para seus obtusos seguidores.