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Prova dos 9

Nono planeta existe no sistema solar, e não se trata do anão Urano

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Autor/Imagem:
Ilya Tsukanov/Via Sputnikmews - Foto Reprodução

Há cerca de duas décadas, quando a União Astronómica Internacional rebaixou o estatuto de Plutão para um “planeta anão”, a sabedoria convencional era que o nosso sistema solar tinha nove planetas completos. Essa tese voltou à tona, tese defendida por um grupo de astrônomos sediados na Califórnia, Estados Unidos.

Os cientistas sugerem que um planeta misterioso está escondido nas extremidades dos astros que giram em torno do Sol. Não é algo do tipo agulha em palheiro. Ele só precisa ser localizado geograficamente e nominado. É o que afirma Konstantin Batygin, professor de ciência planetária no Instituto de Tecnologia californiano.

Batygin, um astrônomo russo-americano que ajudou a popularizar a teoria de que pode realmente haver nove planetas em nosso sistema solar (sem contar planetas anões como Plutão) em 2016, diz agora que a mais recente pesquisa teórica de sua equipe sobre o movimento de objetos transnetunianos constitui “a evidência estatística mais forte de que o Planeta 9 está realmente lá fora”.

A pesquisa de Batygin, intitulada ‘Geração de TNOs de baixa inclinação e cruzamento de Netuno pelo Planeta Nove’, foi submetida na semana passada. Espera-se que seja publicada na próxima edição do Astrophysical Journal Letters. O artigo analisa mais de perto os TNOs com movimentos instáveis ​​causados ​​pela gravidade de Netuno.

Os pesquisadores realizaram simulações “que modelam de forma autoconsistente as perturbações gravitacionais de todas as plantas gigantes, a maré galática, bem como as estrelas que passam, decorrentes de condições iniciais que explicam a migração primordial do planeta gigante e a evolução inicial do Sol dentro de um aglomerado de estrelas”.

Em dois conjuntos de simulações – um assumindo a existência de um nono planeta no sistema solar, e outro sem ele -, os astrónomos descobriram o que Batygin e os seus colegas acreditam ser uma prova emocionante da existência do misterioso nono planeta.

“Considerando os vieses observacionais, nossos resultados revelam que a arquitetura orbital deste grupo de objetos se alinha estreitamente com as previsões do modelo inclusivo do P9”, indicou o estudo.

Sem o nono planeta oculto, os movimentos registrados de TNOs rebeldes seriam improváveis, acrescentaram os cientistas, observando que a sua hipótese era provavelmente a melhor explicação para o comportamento de objetos celestes distantes no nosso sistema solar.

Batygin e seus colegas esperam encontrar provas mais definitivas sobre a existência (ou falta dela) do misterioso nono planeta quando o novo Observatório Vera C. Rubin construído no Chile estiver em funcionamento a partir de 2025.

“Esta próxima fase de exploração promete fornecer informações críticas sobre os mistérios dos confins do nosso sistema solar”, observou o astrônomo, apontando para o momento emocionante que se avizinha para todo o mundo.

À medida que os astrônomos publicam novas pesquisas fascinantes sobre planetas a anos-luz (ou seja, trilhões de km) da Terra, e até mesmo galáxias a dezenas de milhões de anos-luz de nosso pequeno planeta azul, a pergunta lógica a ser feita é como os cientistas poderiam ter perdido um planeta tão mais próximo.

A resposta é dupla, de acordo com a análise de Batygin e seus colegas. Em primeiro lugar, mesmo dentro do nosso sistema solar, detectar objetos nos seus confins mais distantes não é fácil, dado que eles podem estar orbitando até 500 vezes mais longe do Sol do que a Terra (Plutão, para comparação, está aproximadamente 40 vezes mais distante do Sol).

A estas distâncias, privadas da luz quente e asseguradora que torna visíveis muitos outros planetas do sistema solar, detectar o planeta ou planetas misteriosos pode ser extremamente difícil, se não impossível, sem equipamento dedicado. O segundo fator é o potencial misterioso do tamanho esperado do nono planeta, com modelos computacionais estimando que sua massa seja cerca de cinco vezes a da Terra – uma partícula impossivelmente pequena para a maioria das observações baseadas na Terra.

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